quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Prato da Fábrica de Louças de Sacavém, Motivo EPOPEIA



A presente postagem reporta-se a mais um prato, sopeiro, de produção da Fábrica de Louças de Sacavém, com um motivo “EPOPEIA”, do período “GILMANS & C.ª”, (1905-1973), com soberba decoração monocroma, estampada na aba, com uma grinalda de dois motivos alternativos, na bordadura da aba, e de uma exuberante decoração vegetalista, repetitiva e que se prolonga até ao covo.


Presume-se que seja fabrico da década 30 ou 40 do século passado e possui no tardoz o carimbo, na cor azul-escuro, correspondente ao período e identificação do motivo "EPOPEIA"; com marcas na pasta alfanuméricas: “SACAVEM”, “52F” e “750”.




Decoração exuberante da aba dá um requinte especial a este prato e enaltece o respetivo motivo.



 Mais um motivo da FLS catalogado.

FONTES:



3) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

4) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

5) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

6) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

Prato Decorativo da Fábrica de Louças de Sacavém, Tema Paisagens “Inversnaid Falls – LCP (?) - Lomond


A presente postagem reporta-se a um prato decorativo da Fábrica de Louças de Sacavém, tema paisagens, do período “GILMANS & C.ª”, (1905-1973), com interessante decoração policroma, estampada no covo, e com pintura aerografada na aba, monocroma, em cor-de-rosa, possuindo o covo, também um fundo também em cor-de-rosa, mais pálido.

A estampagem do covo apresenta uma cascata (queda de água) central, entre rochas, afluindo dum fundo com vegetação verde encimada pelo céu, com nuvens azuladas e acinzentadas.



Possui a legenda “Inversnaid Falls –LCP (?) – Lomond – trata-se pois de uma estampa inglesa que se reporta às quedas de águas (cascatas) da zona denominada Loch Lomond, localizada na pacata aldeia de Inversnaid, situada na costa oriental de Loch Lomond, na West Higland Way.



Esta bela queda de água inicia-se no “vale pendurado” de Loch Arklet e vai até ao lago Loch Lomond.

No tardoz do prato possui o carimbo, na cor cinzento correspondente ao período “GILMANS & C.ª”, (1905-1973), uma imagem figurativa, na cor verde, com oito pétalas e gravado na massa os elememtos alfanuméricos: “52” e “3C”.

As quedas de água de Loch Lomond, são assim retratadas:







Mais uma vez é evidente e notória da influência inglesa na produção e na temática da louça fabricada em Portugal, nomeadamente a nível da estampagem.


FONTES:



3) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

4) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

5) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

6) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

Motivo EDEN da Fábrica de Louça de Alcântara


Motivo EDEN da Fábrica de Louça de Alcântara

 
Esta postagem refere-se a mais uma catalogação de peças originárias da Fábrica de Louça de Alcântara, em Lisboa


 
Trata-se de dois pratos, um raso e outro de sopa, de um motivo denominado “EDEN”, em tom monocromático azul-escuro, que ainda não identificamos como tenha sido catalogado.


 

Considera-se ser de fabrico dos finais do século XIX (após 1886), (3) ou início do século XX, motivo “EDEN”, pois possui gravação na massa (marca circular): “LOPES & C.ª – ALCANTARA – LISBOA e com carimbo estampado, azul-escuro, “L & C.ª” – “FAIANÇA FINA” e “FÁBRICA DE ALCANTARA” e sob o mesmo, a identificação do motivo “EDEN”





Pratos com soberba composição vegetalista na aba, com repetição geométrica, monocroma, cor azul-escura; no covo igual composição vegetalista, soberba, entrelaçando, o que presumimos ser a letra “E”.

 

Em suma, de vez em quando mais peças de louça de produção da Fábrica de Louça de Alcântara continuam a surgir, a surpreender e a criar prazer pela sua identificação, catalogação e divulgação do Portugal de outros tempos, em termos de cerâmica.


FONTES:



3)Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987

Prato da Fábrica de Louças de Sacavém, Motivo Decorativo 172


Prato da Fábrica de Louças de Sacavém, Motivo decorativo 172


Apresentamos hoje mais um prato de fabrico da Fábrica de Louças de Sacavém, com um motivo desconhecido, do período “GILMANS & C.ª”, (1905-1973), com soberba decoração monocroma, estampada na aba, com uma interessante decoração na bordadura da aba e um filete grosso no limite do covo, que se interrompe e se  liga à decoração da aba; na cor azul-escuro.




Presume-se que seja fabrico da década 30 ou 40 do século passado e possui no tardoz o carimbo, na cor azul-escuro, correspondente ao período, mas sem identificação do motivo e com uma marca numérica na pasta: “37-52”




Já vimos algumas vezes identificar este motivo como “Paz”, mas constatamos não ser correto, pois a decoração corresponde ao que se apresenta a seguir, já que a marca no prato com a identificação do seu motivo não deixa dúvidas (2).





Pela decoração e composição deste prato, a nível da aba e  repetida três vezes, o mesmo faz-nos recordar o motivo “170”, já oportunamente identificado, mas este possui uma decoração mais simples, elegante e harmoniosa.





A decoração do motivo "170" é a seguinte:
Com base na vasta pesquisa efectuada  conseguimos finalmente identificar o respectivo motivo: "Motivo Decorativo 172".




Mais uma peça e um motivo da FLS, identificados e catalogados.



FONTES:



3) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

4) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

5) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

6) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Prato da Estatuária Artística de Coimbra


Prato da Estatuária Artística de Coimbra

Apresentamos um prato que cremos ser pouco comum e de escassa produção.




Trata-se de um prato de fabrico da Estatuária, presumimos que da Estatuária Artística de Coimbra – EAC, ou seja na sua vertente de produção de louça utilitária, pouco comum.


Trata-se de um prato covo, com o motivo “Flores” ???, com decoração vegetalista aerografada, monocroma, na cor azul escuro; com um filete grosso na bordadura da aba e outro no limite do covo, ambos na mesma cor de azul.




Possui no tardoz o carimbo, na cor verde, identificando “Estatuária”, inserido num círculo verde, provavelmente antes de a Estatuária entrar para a Fábrica Cesol.

Presume-se que seja fabrico da década 40 ou 50 (?) do século passado.

P.S.

Apresentamos, passados vários meses outro prato semelhante, em termos e ornamentação, do mesmo fabrico "Estatuária", mas com um carimbo diferente, crendo que se trata o carimbo da produção referente à década de 50 ou 60, do século passado. 


Prato de Massarelos, Motivo FENIANO


Prato de Massarelos, Motivo FENIANO

 
Apresentamos mais um prato de fabrico da Fábrica de Loiças de Massarelos, com o motivo “FENIANO”.



Trata-se de um prato com decoração vegetalista, estampada na aba, que se prolonga até ao limite do fundo do prato, em tons de cinzento, com decoração de cornucópias na bordadura da aba e vários filetes no limite do covo na mesma cor.
 


 
Possui florão hexagonal no fundo, com seis pequenas decorações periféricas.
 


Fabricado no período entre 1873 e 1878, sob a gerência de Sá Lima & Irmão (lá estão no circulo central do carimbo “S”, “L” e “I”), em função do carimbo exibido no tardoz do prato.


A estampagem encontra-se com algumas impressões de fabrico, situação recorrente à época atendendo ao tipo de estampa aplicada e da sua consequente dificuldade, conjugada com os poucos conhecimentos dos seus aplicadores.

O prato encontra-se furado no centro do florão no fundo e ainda com o arame para aplicação do mesmo em parede.

 
 

Desconhecemos quais as razões deste motivo, mas pensamos que esteja associado ao movimento feniano surgido a meados do século XIX, e que se tratava de um movimento político pró-separação da Irlanda, tendo-se posteriormente chamado aos irlandeses antibritânicos, fenianos.

Mais tarde, pessoas contestatárias aos respetivos regimes políticos governantes, foram também designados de fenianos.

No Porto e no segundo quartel do século XIX, liberais e republicanos e um grupo de personalidades tomou a iniciativa de se organizar para fundar uma associação para intervir cívica e culturalmente na vida da cidade, não esquecendo a ação recreativa e beneficente.

 

 
Reuniam-se no café-restaurante Águia d´Douro, mais tarde também cinema, na Praça da Batalha, os quais se viriam a constituir como o Clube Fenianos Portuenses, em 25 de Março de 1904.

Cremos ter sido um prato com o motivo alusivo a tal movimento e antes de se constituir como clube.

 
FONTES:


2) – “ A Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma unidade fabril pioneira – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo; Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta – Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012” 


4)- http://www.novoperiscopio.blogspot.com/…/o-clube-fenianos-portuenses.html;

Prato de Massarelos, Motivo Beira


Prato de Massarelos, Motivo Beira

Apresentamos hoje mais um prato de fabrico da Fábrica de Massarelos, com o motivo “Beira” com decoração vegetalista, estampada na aba, que se prolonga até ao fundo do prato, em tons de azul.

 
Possui filetes na bordadura da aba e no limite do fundo em dourado, bem como uma bordadura decorativa no limite do covo.
 
 
Trata-se de fabrico do período entre 1873 e 1878, mais especificamete desde 08.09.1873 a 30.01.1878, sob a gerência de Sá Lima & Irmão em função do carimbo exibido no tardoz do prato (lá estão no circulo central do carimbo “S”, “L” e “I”).
 
 
Cremos tratar-se de um prato de fabrico reduzido, tentando fazer concorrência aos demais fabricos da época, de outras fabricas, as quais também possuíam o mesmo motivo, mas com decoração diferente, nomedamente da Fábrica de Louças de Sacavém.
 
Erradamente também há quem designe este prato com esta decoração, como sendo o motivo "Paz", mas na verdade não está correcto.
 
Encontravam-se à venda em dois sítios (OLX e COISAS) pratos com a mesma decoração, mas em verde, os quais possuiam a respectiva marca estampada, na cor verde, no tardoz,  não deixando assim dúvidas, pese embora sejam de fabrico posterior, do período de "Chambers & Wall", correspondente ao período de 18.09.1912 a 11.03.1920.  
 
 
 
 
 
FONTES:
 
2) – “ A Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma unidade fabril pioneira – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo; Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta – Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

TRAVESSA EM CANTÃO POPULAR NA COR AMARELO-OCRE – INVULGAR – FÁBRICA DE LOUÇAS PINHEIRA – AVEIRO


TRAVESSA EM CANTÃO POPULAR NA COR AMARELO-OCRE – INVULGAR – FÁBRICA DE LOUÇAS PINHEIRA – AVEIRO

As peças em Cantão Popular continuam a merecer a atenção de todos nós, quer pelo fascínio que nos causam, quer pelos mistérios que encerram, começando logo pelo desvendar da fábrica onde foram produzidas, pois a maioria das mesmas não possui qualquer marca ou carimbo.

Quando se fala em Cantão Popular, na generalidade todos associam a cor azul das peças, azul mais forte, menos forte ou mesmo debotado e sempre a ingenuidade na decoração, na maioria ao gosto oriental.

Mas falar de peças de Cantão Popular em amarelo-ocre ou mesmo cor-de-rosa velho é algo não habitual, podendo-se considerar mesmo raro.


Tudo isto a propósito de uma travessa oval, com decoração de Cantão Popular, na cor amarelo-ocre e com carimbo!

Algo invulgar – pois quando vemos qualquer peça de Cantão Popular, mesmo identificando ou presumindo a sua origem de fabrico não resistimos a ver a sua base, tentando desvendar alguma marca ou carimbo, para certificação da sua origem de fabrico.

Com a presente, adotamos procedimento idêntico e logo nos disseram que era de Aveiro, o que também já tínhamos presumido pela sua decoração e composição; mais reforçaram, perante um carimbo na cor azul, que era “Aradas” – ao que nada dissemos, como que aceitando a informação.

 
Na verdade, com a análise detalhada efetuada, à posteriori, facilmente identificamos o carimbo da mesma, como sendo de fabrico da “Louças Pinheira – Aveiro”, quer pelo conhecimento do mesmo, quer por comparação com outras peças.

A decoração, com motivos orientais habituais lá possui a ponte com os três arcos, mas sem figurantes; o Palácio do Mandarim e o Pagode, mais os lagos que envolvem os mesmos e os salgueiros e demais vegetação, alguma bastante estilizada, na cor amarelo-ocre e preto, envolta num largo filete no limite do covo com a aba da travessa, em amarelo-ocre; e num fino filete preto.

 

A decoração da aba da travessa também é rica e intensa, preenchendo na totalidade a mesma, com alternância de motivos: cobertura do pagode, salgueiros, outros motivos vegetalistas, apontamentos de lagos, etc., ora na cor amarelo-ocre, ora pretos; rematando a aba um filete de largura mediana na cor amarelo-ocre. 


Há faianças em Cantão Popular carimbadas e por conseguinte, identificando de forma inequívoca a sua origem de fabrico, por exemplo as que apresentamos a seguir, tentendo contribuir para a identificação dos vários fabricos conhecidos.

1.Lusitânia (Coimbra) (1):




- em tons de azul claro;

- com filete triplo de bordadura da aba, dois finos e o central mais largo;

- com o espinhado pelo exterior da aba e a bordadura em ziguezague pelo interior;

 
2. Cavaco (Gaia) (1):



 
- em tons de azul escuro, muito forte;

- com filete duplo de bordadura da aba, um largo pelo exterior e um fino pelo interior;

- com o espinhado pelo exterior da aba e a bordadura em ziguezague pelo interior;

 

2.1 outro prato de fabrico Cavaco – Gaia (2):



 

Características marcantes que se mantêm:

- em tons de azul escuro, muito forte;

- com filete duplo de bordadura da aba, um largo pelo exterior e um fino pelo interior;

- com o espinhado pelo exterior da aba e a bordadura em ziguezague pelo interior;

Características diferenciadoras:

- decoração do covo com edifício com arquitetura mais ocidental;


2.2 outro prato de fabrico Cavaco – Gaia:



Características marcantes que se mantêm:

- em tons de azul escuro, muito forte;

- com filete duplo de bordadura da aba, um largo pelo exterior e um fino pelo interior;

- com o espinhado pelo exterior da aba e a bordadura em ziguezague (canelura) pelo interior;


2.3 travessa oval de fabrico Cavaco – Gaia:


 
Características marcantes que se mantêm:

- em tons de azul escuro, muito forte;

- com filete duplo de bordadura da aba, um largo pelo exterior e um fino pelo interior;

- com o espinhado pelo exterior da aba e a bordadura em ziguezague (canelura) pelo interior;
 

2.3 travessa oitavada de fabrico Cavaco – Gaia:

 
Características marcantes que se mantêm:

- em tons de azul escuro, muito forte;

- com filete duplo de bordadura da aba, um largo pelo exterior e um fino pelo interior;

- com o espinhado pelo exterior da aba e a bordadura em ziguezague (canelura) pelo interior;
 

3. Fábrica da Pinheira  (Louças Pinheira) – Aveiro (1):

 

 
- em tons de azul escuro;

- com filete duplo de bordadura da aba, um largo pelo exterior e um fino pelo interior;

- com o espinhado pelo interior da aba e a bordadura em ziguezague pelo exterior; (a principal diferença entre os fabricos do Norte e do Sul – sendo uma característica específica do fabrico de Aveiro).

 
3.1 Outro prato, em amarelo-ocre e preto de “Aveiro”, com características da Fábrica da Pinheira (4):


 
Características marcantes que se mantêm:

- com filete duplo de bordadura da aba, um largo pelo exterior (em amarelo ocre) e um fino pelo interior (preto);

- com o espinhado pelo interior da aba e a bordadura em ziguezague pelo exterior;

- decoração habitual, ao gosto oriental, (aqui nas cores amarelo ocre e preto);

 
3.2 A nossa travessa oval, em amarelo-ocre e preto de “Aveiro”, com características da Fábrica da Pinheira:




Características diferenciadoras:

- soberba decoração na aba, mas sem o espinhado e a bordadura em ziguezague, mas com um filete fino na bordadura da aba e um largo na base da aba, na separação com o covo.

 

3.3 Outra peça (azeitoneira), de “Aveiro”, fabrico das Louças da Pinheira, com marca diferente (5):



Características diferenciadoras:

- abrangente decoração na aba, sem os habituais espinhado e bordadura em ziguezague, mas com um filete fino na bordadura da aba e um, mais largo, na base da aba, na separação com o covo.

- a decoração da aba é um alternativo de zonas ziguezagueadas, separadas por pontos, de outras zonas com as nuvens e os lagos.

 

4. Fábrica de Aradas – Aveiro (2):

 
 
- em tons de azul claro;

- com uma decoração mais fina, mais industrializada, menos popular;

- sem recurso ao espinhado e à bordadura em ziguezague na aba, mas com uma decoração cruzada;

 
5. Lusitânia – Lisboa (3):




- em tons de azul escuro e claro;

- com filete triplo de bordadura da aba, dois finos e o central mais largo;

- com o espinhado pelo exterior da aba e a bordadura em ziguezague pelo interior, secundada interiormente por um xadrez com círculos;


6. Fábrica de São Roque – Aveiro (3):


 
- em tons de azul médio e claro;

- com três filetes finos na aba, um bordadura, e dois finos na separação entre a aba  e o covo, com elementos decorativos a xadrez, violas e outros, entre os mesmos;

- com uma  canelura (bordadura em ziguezague) pelo interior da aba;

Características diferenciadoras:

- Decoração do covo com edifício com arquitetura mais ocidental, com três pisos;


6.1 Outra Peça de São Roque (Aveiro):



 
 

7. Montargila – Algés – Lisboa (5):

 

 

- em tons de azul médio;

- com dois filetes no limite da aba, um largo pelo exterior e outro fino pelo interior, no separação entre a aba e o covo, igualmente dois filetes, um fino pelo exterior, num azul mais claro e um mais largo, num azul mais escuro.

- entre os dois conjuntos de filetes e pelo limite interior dos da bordadura da aba, um espinhado duplo;

- decoração ao gosto oriental, trabalhada, com motivos com pormenores cuidados, mas também já com alguns edifícios desenhados com traça ocidental;

 
8. Faianças Vitória -Aveiro (1): 


 
 

Características marcantes que se mantêm:

- os habituais elementos decorativos: a ponte, o palácio, as nuvens, os lagos (a água);


9. Faiança de Gaia (???) – Cantão em tons de rosa (6):


Características marcantes que se mantêm:

- os habituais elementos decorativos: a ponte, o palácio, o salgueiro, as nuvens, os lagos (a água);
 
- com dois filetes no limite da base, um largo pelo exterior  (inferior) e outro fino pelo interior (superior), e igualmente dois filetes, um fino e outro mais largo, no limite do bojo.


10. Fábrica de Carritos e Caceira – Figueira da Foz (2):



 
Nota: Só se conhece esta caneca quadrilobada (2) do Museu Municipal Santos Rocha, da Figueira da Foz, cuja respetiva ficha identificativa aponta para a Fábrica de Carritos (localidade), sucessora da Fábrica de Caceira (localidade próxima de da Carritos), dos mesmos proprietários.

Características marcantes que se mantêm:

- os habituais elementos decorativos: a ponte, o palácio, o salgueiro, as nuvens, os lagos (a água);



Em suma, o motivo Cantão Popular reveste-se de características ímpares, quer pela quantidade de fábricas que produziram o mesmo e que ficarão incógnitas para sempre; quer pela diversidade de variantes e estilos adotados; quer mesmo, pela menos usual, aplicação de outras cores que não o azul, tal como o amarelo-ocre da peça apresentada ou mesmo o rosa, de outra peça identificada.

Será que alguma vez se conseguirá efetuar um estudo que sistematize e identifique, de forma mais ou menos concreta, os vários fabricos de Cantão Popular, existente, de Norte a Sul?  


FONTES: