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terça-feira, 12 de maio de 2015

Faiança da Estatuária Artística de Coimbra- período Frutuoso – Belo Jarro


É do conhecimento público o nosso encanto pela Faiança da Estatuária Artística de Coimbra, e em especial pelas do primeiro período, identificado por FRUTUOSO.


Corresponde ao período de fabricação pré constituição da EAC (estatuária Artística de Coimbra) e eventualmente como da primeira fase do fabrico da mesma, período esse, provavelmente entre 1926 e 1943, ou mesmo até 1947.


Foi o período com uma qualidade superior de decoração, acabamento requintado e firmeza na pintura – correspondendo, provavelmente, ao período de melhor qualidade e com maior requinte de decoração da Estatuária Artística de Coimbra.


Havia gosto e prazer em fazer bem, com uma decoração policromática interessante, harmoniosa e que preenchia a peça de forma cativante, é perfeita a sintonia entre a forma da peça e a sua decoração, com uma palete de cores fascinante, sobressaindo, como não podia deixar de ser os tons fortes de azul.


…Sabe, naquele tempo, pelos pigmentos utilizados, pelas misturas efectuadas e pela cozedura em fornos, a lenha, conseguiam-se os azuis, que nunca mais se conseguem,…”, isto dizia-me há tempos um “grande” coleccionador de faianças, da Estatuária de Coimbra e de Louça de Alcobaça. Sou “forçado” a concordar, pois peças com estas cores já não se conseguem fazer.


Apresentamos agora uma interessante e bela peça, correspondente ao n.º 10 de catálogo (que interessante deveria ser o catálogo), um jarro prismático octogonal assimétrico, (os lados da base não são todos de igual dimensão), com ligeiro estrangulamento para a boca, com um singelo reperfilamento para o bico, com uma asa, contraposta, de desenvolvimento harmonioso.


Este jarro está soberbamente decorado, em policromia, com cores muito fortes, em especial o azul (cobalto), mas também com vermelhos fortes, amarelos-torrados, verdes fortes, verdes secos, verdes ervilha e amarelos, para além da base da peça, com uma cor de vidrado azul claro, celeste, que estabelece o contraste e acentua as outras cores.


A decoração é simplesmente vegetalista, com vários arranjos, possuindo nas duas maiores faces laterais, uma exuberante flor, em cada uma, com uma exuberante coroa com pétalas vermelhas escuras e os estames amarelos; o pedúnculo floral em verde seco, assemelhando-se a uma gerbera, será?


Todas as outras faces laterais encontram-se decoradas com grinaldas florais, policromáticas. A asa, o bordo da boca e o bico possuem também interessantes arranjos florais decorativos. Todas as arestas das faces laterais, bordadura da boca, do bico, ilhargas da asa e bordo da base encontram-se decoradas com um filete grosso na cor azul forte.


Possui na base a marca manual de “10” – número de catálogo da peça, “ESTATUÁRIA”, “COIMBRA” e “FRUTUOSO” – identificação do fabrico e da época e “LA” – a assinatura do seu fabricante – artista da decoração.



Fontes:
2) – “Cerâmica – artes Plásticas e Artes Decorativas – Normas de Inventário”, Museu Nacional do Azulejo, Ana  Anjos Mântua, Paulo Henriques, Teresa Campos, Instituto dos Museus e Conservação, 1ª Edição, Maio de 2007;
5) – “Cerâmica de Coimbra, do Século XVI-XX”, de Alexandre Nobre Pais, António Pacheco e João Coroado, Edições Inapa, Coleção História da Arte, 2007;

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Jarro da Estatuária Artística de Coimbra (EAC) - Período Frutuoso

Mais uma peça deslumbrante da Estatuária Artística de Coimbra, do período pré constituição da EAC, ou seja da “Estatuária Frutuoso” – Coimbra.


Esta fábrica era propriedade de José Augusto Frutuoso (Gaspar de Matos), que a tinha fundado, em 1926 (?), pese embora ainda não tivesse o nome de Estatuária Artística de Coimbra e as peças aí fabricadas fossem marcadas manualmente com as indicações  “ E FRUTUOSO” e “COIMBRA”.


A peça que apresentamos possui o nº 25 de catálogo e encontra-se assinada por C.S.L.
  


Trata-se de um pequeno jarro, mas soberbamente decorado de forma policromática, com cores muito fortes, em especial o azul (cobalto), mas também com castanhos-escuros, amarelos-torrados e verdes fortes, tentando preencher completamente a peça, a qual possui como base um vidrado num azul claro, celeste.


Possui quatro filetes largos, em azul forte, um na base, dois no bojo e um no colo, sendo que a bordadura da boca também possui um remate semelhante.

O motivo central no bojo, intercala motivos vegetalistas, de flores azuis, vermelhas e amarelas, com patos entre folhas verdes, inseridos em cartelas lobadas com um filete fino castanho e um largo, pelo interior em amarelo.


A postura dos dois patos é diferente, um com o bico para cima e outro para baixo.










A preencher exteriormente o espaço às cartelas lobadas e entre os filetes do bojo há arabescos azuis.

Inferior e superiormente nos dois anéis circulares, desenvolve-se uma decoração floral, policromática, repetitiva.



Finalmente, o colo possui uma decoração simples, a vinoso.


A peça possui uma qualidade superior de decoração, demonstrando cuidado no acabamento e firmeza na pintura – correspondendo, provavelmente, ao período de melhor qualidade e com maior requinte de decoração da Estatuária Artística de Coimbra (pré fundação) de 1926 (?) a 1943.


FONTES:



2) – “Cerâmica – artes Plásticas e Artes Decorativas – Normas de Inventário”, Museu Nacional do Azulejo, Ana  Anjos Mântua, Paulo Henriques, Teresa Campos, Instituto dos Museus e Conservação, 1ª Edição, Maio de 2007;

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Bomboneira policromática da Estatuária Artística de Coimbra

As peças da Estatuária Artística de Coimbra continuam a deslumbrar-nos, quer pelo seu tipo, quer pela decoração.


A que agora apresentamos, em termos de decoração, e por uma simples visualização, não cuidada, leva-nos a opinar ser uma peça de Alcobaça de uma das suas muitas fábricas, mas na verdade trata-se de uma peça da Estatuária Artística de Coimbra, devidamente marcada e identificada.



A sua decoração, com monocromia azul, alternada com policromia em tons de azul, amarelo, rosa e verde, assemelham-se, sem dúvida, à decoração de Alcobaça.




Trata-se de um objecto utilitário: bomboneira circular com tampa, policromática, com pintura manual, peça moldada, com marca pintada no fundo da base, com a identificação do número de catálogo: 269 e com a pintura manual de “Estatuária”, “Coimbra”, “Portugal” e a assinatura do autor, cremos, “M”.


Trata-se de uma interessante peça com decoração floral policromática: verde, azul, amarela, vermelho e castanho claro, inserida em ornatos configurando ferraduras, quer na tampa, quer no bojo, sendo a base constituída por quatro pequenos pés cilíndricos.


A decoração está aplicada sobre uma base azulada, clara. Possui filetes azuis junto à aba da tampa e na bordadura do bojo, bem como no limite inferior do bojo.


A pega da tampa é cónica, com dois filetes grossos azuis e com uma decoração raiada alternada em amarelo largo e azul fino.

Presume-se que seja uma peça de fabrico no período entre 1943 e 1947 do século passado, antes da Fábrica das Lages.


Mais uma interessantíssima peça da Estatuária Artística de Coimbra, para contribuir para a identificação do diversificado fabrico desta fábrica.



FONTES:


2) – “Cerâmica – Artes Plásticas e Artes Decorativas – Normas de Inventário”, Museu Nacional do Azulejo, Ana  Anjos Mântua, Paulo Henriques, Teresa Campos, Instituto dos Museus e Conservação, 1ª Edição, Maio de 2007;


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Jarra policromática da Estatuária Artística de Coimbra

Apresentamos uma jarra policromática, com pintura manual, da Estatuária Artística de Coimbra, peça rodada, marcada no tardoz, com a identificação do número de catálogo 587 e escrito manualmente “Estatuária”, “Coimbra”, “Portugal” e a assinatura do autor, cremos, indecifrável.

Trata-se de uma interessante jarra, baixa, bojuda, de boca larga, com decoração floral policromática: verde, azul, amarela, vermelho e castanho claro, com ornatos em curva. Possui dois filetes azuis junto à bordadura da boca, três na estrangulação entre a boca e o bojo, sendo a do meio larga, e mais duas junto à base, sendo a que está mesmo no limite da base, larga.

Presume-se que seja uma peça de fabrico no período entre 1943 e 1947 do século passado.

Mais uma peça referenciada, para caracterizar o fabrico da Estatuária Artística de Coimbra.




FONTES:


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Interessantíssimo prato da Estatuária Artística de Coimbra – Lages – motivo “Estátua” ou “Cavalinho” Português


Como sabemos é comum o fabrico de louças utilitárias com o motivo “Estátua” ou “Cavalinho”, em várias das fábricas nacionais durante os finais do século XIX e até meados do século XX.

Todos conhecemos este motivo, mais ou menos copiado do motivo inglês, original, ou com algumas interpretações, ao gosto da fábrica ou do artista, para marcar a diferença.

Mas o motivo “Estátua” ou “Cavalinho” Português é que certamente não é muito conhecido!



Tudo isto a propósito de um prato que cremos ser pouco comum e de escassa produção, digamos raro.


Trata-se de um prato de fabrico da Estatuária, presumimos que da Estatuária Artística de Coimbra – EAC, ou seja na sua vertente de produção de louça utilitária, pouco comum, aquando da sua fábrica na Quinta das Lages, pois a marca habitual, na cor verde, inserido num circulo, diz somente “ESTATUÁRIA” – “LAGES”.

Trata-se de um prato raso, estampado, com o motivo citado, monocromo, na cor azul “baço” em que o cavaleiro se assemelha a um guerreiro da época medieval, com proteções metálicas nas pernas, cotas de malha no tronco e uma lança ou espada em riste; o cavalo, parece um PSL – Puro-sangue Lusitano, saltando uma pequena travessia sobre uma linha de água.




Ao fundo, enquadrado com vegetação e o relevo da paisagem uma típica aldeia portuguesa, com o seu templo religioso, com sua torre sineira e ao seu lado a casa senhorial, mais alta e nobre que as restantes.

A decoração da aba é exuberante de motivos e preenchimento, com uma elevada decoração vegetalista, na qual se criam oásis onde despontam um templo religioso, com a sua torre sineira, um rio com a sua nora ou azenha e um passadiço sobre o mesmo; um conjunto de edificações, que nos parecem ser guaritas de minas de água, em redor da água-mãe, a construção que recolhe as águas das minas e a armazena, todas envoltas em vegetação.



Intervalando com estas exibições são apresentados florões em vasos, apoiados em balaustradas.





Em suma, algo de invulgar, mas que espelha bem, cremos nós, os motivos nacionais.




Possui no tardoz, tal como já referimos, o carimbo, na cor verde, identificando “ESTATUARIA” e “LAGES”, inserido num círculo verde, provavelmente antes de a Estatuária entrar para a Fábrica Cesol, e quando possuía a sua fábrica na Quinta das Lages, em Coimbra.





Presume-se que seja fabrico da década 40 do século passado, após 1943 e, eventualmente, antes de 1947, data a partir da qual participou na constituição da Cesol.

FONTES: