As
faianças não são só pratos, travessas e terrinas, há muitas outras peças, quer
utilitárias domésticas, quer utilitárias não domésticas, quer decorativas –
vamos pois efectuar um percurso por essas outras peças.
Reportamos-nos
já a uma interessante peça em faiança da “Fábrica
de Cerâmica de Soares dos Reis”, em Gaia, assinada por um tal “José”.
Trata-se
de uma jarra alongada com duas asas elípticas, gargalo não muito largo,
assemelhando-se a uma ânfora, com uma cor de base tipo branco leitoso e uma
exuberante decoração vegetalista policromática, pintada à mão, com largos
filetes azuis e amarelos no bordo do gargalo e no limite da base, tendo aqui
mais um filete de contas, na cor grená, sobre o vidrado.
As
asas, lateralmente estão decoradas a azul forte e de frente com uma decoração
amarela, com frisos acastanhados.
Peça
partida no pé e mal colada, mas que mesmo assim não deixa de ter o seu valor,
pela raridade da mesma – é inegável como logo se reconhece como sendo um
fabrico de “Soares dos Reis”.
Nesta
fábrica habitualmente consideram-se dois períodos distintos da sua fabricação,
o primeiro de 1915 ou 1919 a 1941 e o segundo de 1941 a 1964.
Cremos
que a peça que apresentamos se reporta ao segundo período de fabrico,
provavelmente da década de 40 ou 50.
Aqui
fica o registo e apresentação da peça.
FONTES:
2)
“Cerâmica
Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação,
Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto,
Editorial Presença – 3ª Edição – 1987
3) “A Cerâmica Portuense – Evolução Empresarial
e Estruturas Edificadas” – Teresa Soeiro, Jorge Fernandes Alves, Silvestre
Lacerda e Joaquim Oliveira, Edição Portugália, Nova Série, Vol. XXI, 1995.