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domingo, 24 de janeiro de 2016

Prato formato “Espiga”, decoração “Espigas e Papoilas”, Faianças de S. Roque

(Prato da Fábrica de Faianças de S. Roque - Aveiro)

Foi intenso o fabrico de pratos com o formato “Espiga”, com uma multiplicidade de decorações, eventualmente com alguma influência dos governantes à época, mas que ganharam o gosto popular, pela sua generalização de uso, devido também ao seu baixo custo. Foram usados entre guerras e após a 2ª guerra, por conseguinte, início e meados do século XX.

(Pormenor da decoração estampilhada "Espigas e Papoilas")

A principal fábrica a fabricar os mesmos foi a Fábrica de Louça de Sacavém, mas outras mais, a imitaram em peças com este formato, à época ou anos mais tarde, devido à popularidade do mesmo.

(Prato com o Formato "Espiga" e decoração monocromática "Espigas e Papoilas")

Uma dessas fábricas foi a Fábrica de Faianças de S. Roque, Lda., em Aveiro, com produção de pratos do formato “Espiga”, com decoração “popularucha” de “Espigas e Papoilas” – um cesto estilizado com espigas e papoilas.

/Pormenor do formato "Espiga")

O prato que apresentamos é o exemplo cabal de tal situação. Neste prato foram usadas dois métodos distintos de decoração – decoração aerógrafada na aba, da bordadura para o covo, com degradação e a decoração estampilhada, com recurso a chapa recortada, no covo do prato, onde se encontra pintado o motivo.

Decoração monocromática, cor-de-rosa.

(Tardoz do prato - Carimbo Faianças de S. Roque)

No tardoz do prato o carimbo, na cor azul, carácter isto da fábrica de Faianças de S. Roque, Lda, Aveiro.

(Pormenor do carimbo das Faianças de S. Roque -Aveiro)

Trata-se de um fabrico, provavelmente das décadas de 50 ou 60 do século XX.
Aqui fica o registo de mais uma peça de faiança.


FONTES:

1) -  “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

2) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

3) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

4) – “Primeiras peças da produção da Fábrica de Loiça de Sacavém: O Papel do Coleccionador”, de Ana Paula Assunção, Carlos Pereira e Eugénia Correia, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – 2003;



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Prato Raso das Faianças de São Roque – Aveiro


Apresentamos mais um prato raso em Faiança, com decoração vegetalista simples, repetitiva, policromática, entre dois filetes, na aba do prato, e junto à sua bordadura da Fábricas das Faianças de São Roque, de Aveiro.
 

(Prato da Fábrica de Faiança de São Roque - Aveiro)
A fábrica Faianças de S. Roque foi fundada em 1955 pelo ceramista João “Lavado” – João Marques de Oliveira, então já sócio da Fábrica de Louças e Azulejos de S. Roque, e dedicou-se exclusivamente à produção de louças decorativas e utilitárias, e foi, a continuidade da anterior.

Em 1971 realizou-se em Aveiro uma exposição de cerâmica comemorativa do XV Aniversário das “Faianças S. Roque”, o que veio atestar a data da sua fundação e a importância que a mesma teve à época e no meio das Artes Decorativas – Faianças.

A louça produzida nesta fábrica foi diversificada, conforme foi caracterizada no blogue velhariastralhasetraquitanas.blogspot.pt, na postagem na postagem “Prato das Faianças de S. Roque – Aveiro”.
 

(Prato das Faiança de São Roque - Aveiro . Pormenor da decoração vegetalista)
Entre os diversos tipos ou linhas de peças produzidas nesta fábrica há a considerar uma linha com decoração e composições florais simples aplicada dos covos ou nas abas dos pratos, travessas e saladeiras, policromáticas e com filetes delimitadores da aba. É nessa linha que se insere o preto qua apresentamos.



(Prato das Faiança de São Roque - Aveiro . Pormenor do tardoz)
A marca característica desta fábrica são os carimbos de forma circular, tendo no centro a representação da cabaça com ou sem o bastão, insígnias de S. Roque e na coroa exterior tem inscrito "Faianças de S. Roque, Lda - Aveiro". 
 

(Prato das Faiança de São Roque - Aveiro . Pormenor do Carimbo)

A marca circular, na cor verde, identifica de forma inequívoca o respectivo fabrico – Faianças de S. Roque.
 

(Prato da Fábrica de Faiança de São Roque - Aveiro)
Em suma, trata-se de um prato utilitário, de uso comum, dos meados do século passado, décadas de 40 ou 50; peça de referência, de faiança corrente, económica e de uso corrente nas famílias pobres dos meios urbanos da região entre Coimbra e o Norte, mas com maior incidência na de Aveiro.


Fontes:












domingo, 7 de junho de 2015

Prato das Faianças de São Roque – Aveiro


É com frequência que se confunde a Fábrica de S. Roque, com as Faianças de S. Roque, ambas em Aveiro, muito embora haja uma estreita ligação ente ambas.
 
(A nossa peça)

A Fábrica de S. Roque,  Fábrica de Louças e Azulejos S. Roque, foi fundada no final da década de 20, por Manuel da Silva e Justino Pereira Campos, localizava-se no canal de São Roque, e viria a fechar em 2002. Mais concretamente, as suas últimas contas foram apresentadas em 27 de Dezembro de 2001 e o seu encerramento e dissolução foi registado em Outubro de 2002 e publicado em Diário da República, no mês de Dezembro desse ano.
 
(A fachada principal da extinta Fábrica de Faianças de S. Roque, em 2010)

A fábrica Faianças de S. Roque foi fundada em 1955 pelo ceramista João “Lavado” – João Marques de Oliveira, então já sócio da Fábrica de Louças e Azulejos de S. Roque, e dedicou-se exclusivamente à produção de louças decorativas e utilitárias, e foi, a continuidade da anterior.
 
(Painel de Azulejos, alusivo a S. Roque da Fábrica de Faianças de S. Roque)
Em 1971 realizou-se em Aveiro uma exposição de cerâmica comemorativa do XV Aniversário das “Faianças S. Roque”, o que vem atestar o seu início e a sua importância no meio das Artes Decorativas – Faianças.

A louça produzida nesta fábrica caracterizou-se por ter uma linha mais modernista, quer nas formas, quer na decoração, quer nos cores aplicadas e quer mesmo nos métodos de fabrico.
 
(Peças da Linha "Picasso" - OLX)
(Carimbo nas peças da Linha "Picasso" - OLX)
Foi ultrapassada a linha da fabricação de faianças dita tradicional, com formas e decoração convencionais e passou-se para uma linha “à Picasso”, isto é, com uma concepção mais modernista, inovadora e abstracta.

A Fábrica de S. Roque produziu muitas peças utilitárias, de uso comum com diversas decorações, tais como “Cantão Popular”, com algumas variantes; escorridos de várias cores: preto, verde, amarelo e castanho; para além de peças com decoração mais simples e tradicional, com filetes e arranjos ou decorações florais estilizadas, aplicadas a chapa recortada, em tons monocromáticos ou policromáticos.

(Prato com decoração policromática na aba)
(Carimbo do prato com decoração policromática na aba)
Alguns dos pratos produzidos tinham decoração no covo ou fundo do prato, monocromática ou policromática, aplicadas a chapa recortada.
 
(Prato com decoração policromática no covo)

(Carimbo do prato com decoração policromática no covo)

(Travessa com decoração policromática na aba e no covo)
(Carimbo da travessa com decoração policromática na aba e no covo)
(Travessa com decoração policromática na aba)
(Carimbo da travessa com decoração policromática na aba)

Igualmente houve uma linha com decoração e composições florais aplicada dos covos dos pratos, travessas e saladeiras, pintadas à mão, policromáticas e com decoração de bordadura, em bicos esponjados.  

(Prato com decoração floral monocromática)

(Carimbo do prato com decoração floral monocromática)
(Prato com decoração floral policromática)
(Carimbo do prato com decoração floral policromática)

As marcas nas peças desta fábrica que habitualmente são carimbos de forma circular, tendo no centro a representação da cabaça com ou sem o bastão, insígnias de S. Roque e na coroa exterior tem inscrito "Faianças de S. Roque, Lda - Aveiro". 
 
(Carimbo habitual das Faianças de S. Roque)

(Carimbo menos frequente das Faianças de S. Roque)

Mas também há carimbos com a indicação “S ROQUE – AVEIRO”, que cremos pertencer ao período anterior a 1955, ou seja no tempo da Fábrica de S. Roque.

(Carimbo "S ROQUE - AVEIRO)

Para além de outros carimbos, que cremos de peças de fabrico mais recente, das duas últimas décadas do século passado, mas sem certezas.

(Peças de fabrico da fase final da fábrica com carimbo a seguir indicado)

(Ultimo (?) carimbo  "S ROQUE - AVEIRO")
 
Voltemos à nossa peça, 

(A nossa peça)
Tudo isto a propósito de um prato das Faianças de S. Roque, prato covo, de covo acentuado, com dois filetes finos, de cor grená na aba, um no limite da aba com o covo e outro na bordadura da aba.
 
(Arranjo floral na aba)
(Arranjo floral na aba)
Entre ambas três arranjos florais estilizados, simétricos, monocromáticos, cor grená, aplicados a stencil (chapa recortada).
 
(O tardoz do nosso prato e as evidências da pasta)

Prato fabricado com uma pasta acastanhada, com um vidrado espesso, leitoso, mas com falhas que permite descortinar a pasta, com as referências triplicas das trempes de cozedura no tardoz e com os três pontos de assentamento da trempe superior na aba do prato.
 
(A marca inequívoca do nosso prato)
A marca circular, na cor azul, identifica de forma inequívoca o respectivo fabrico – Faianças de S. Roque.
 
(A marca inequívoca do nosso prato)
Prato utilitário, de uso comum, de meados do século passado, constituindo assim uma peça de referencia, de faiança corrente, económica e de uso intenso das famílias pobres do século passado não só da região de Aveiro, mas desde Coimbra até ao Norte.

Assim cremos.



Fontes:




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sexta-feira, 13 de março de 2015

PRATO EM CANTÃO POPULAR, DE SÃO ROQUE – AVEIRO – COM MARCA

Apresentamos hoje um prato raso moldado, de formato circular, de aba pouco elevada, com decoração monocromática azul, motivo “Cantão Popular”, com marca de fabrico – São Roque – Aveiro.


Possui carimbo monocromático castanho de formado e configuração não habitual, para identificar a fábrica em causa.


A maioria das peças estão marcadas com carimbo circular, dentro dele algo que se assemelha a um “8”, como alguns dizem, mas mais não é de que a cabaça alusiva a São Roque. Razão pela qual também existem alguns carimbos também com um bastão.


Existem peças semelhantes da mesma fábrica, com decoração idêntica, mas com o carimbo habitual desta fábrica.


Trata-se, por tal motivo uma peça interessante, por ser pouco vulgar a aposição deste carimbo.


Como sabemos a Fábrica de Faianças S. Roque, em Aveiro, que foi criada em 1955 pelo ceramista João “Lavado” (João Marques de Oliveira) (1905-?), então sócio da Fábrica de Louças e Azulejos de S. Roque, vulgarmente conhecida por Fábrica de S. Roque, esta fundada nos finais da década dos 20, por Manuel da Silva e Justino Pereira Campos, localizada no canal de São Roque.

A fábrica, Faianças S. Roque, apresentou as suas últimas contas a 27 de Dezembro de 2001, tendo o seu encerramento e dissolução sido registado em Outubro de 2002 e publicado em Diário da República, no mês de Dezembro do mesmo ano.

Esta fábrica, Faianças S. Roque, dedicou-se exclusivamente à produção de louças decorativas e utilitárias, tendo produzido bastante louça decorada com escorridos. Existem várias peças marcadas que exibem combinações de cores: castanho, amarelo, verde e preto nesses escorridos.


Como não podia deixar de ser, e a exemplo de outras fábricas de Aveiro, também produziu peças com decoração do motivo “Cantão Popular”, com um conjunto de imagens, símbolos e arranjos ao gosto do artista, marcando a diferença para as demais e criando um estilo próprio, não faltando o habitual ondulado na parte interior da aba, a canelura, antes da faixa ou largo filete que delimita o covo da aba.


Por outro lado o habitual largo filete no limite da aba foi substituído por dois filetes, relativamente espaçados, com uma interessante decoração arrendada entre eles, com reservas decoradas com dois elementos, um dos quais parece ser uma viola e o outro um barril deitado (?).


No covo, o motivo da decoração, pese embora com os habituais elementos simbólicos, os mesmos são bastante diferentes dos correntemente utilizados à época ou em épocas anteriores, encontrando-se muito ocidentalizados e com a representação das nuvens, do horizonte e da água de modo, mais simples e estilizada.

As edificações representadas também possuem uma imagem mais ocidentalizada do que as que habitualmente decoram este motivo.


Em suma mais uma versão de “Cantão Popular”, esta das Faianças de São Roque.

Crê-se que se trata de um fabrico por volta da década de 50 do século passado - mas sem certezas.

FONTES:


domingo, 7 de dezembro de 2014

PRATO ESTAMPILHADO COM UM CAMPINO, FABRICO SÃO ROQUE – AVEIRO

Prato raso moldado, de formato circular, de aba relevada, com decoração monocromática sobre o vidrado, com uma cercadura na cor amarelo-torrado, aplicada a aerógrafo, junto do bordo, com fundo branco, e sobre o mesmo um motivo central, regionalista, de um campino.


É a imagem característica do campino ribatejano, sobre o cavalo, com a vara em riste e o barrete na cabeça.


Trata-se de uma decoração estampilhada (aplicada a estampilha – stencil ou chapa) sobre o vidrado, igualmente monocromática, na cor amarelo-torrado.



O prato assemelha-se ao formato “Espiga”, da Fábrica de Louça de Sacavém, com relevos na aba, até ao covo, com espigas ao longo da bordadura da aba.

Tal modelo de pratos foi efectuado para a Exposição do Mundo Português, tinham uma enorme variedade de modelos, começando pelo n.º 1202 e continuando por muitos mais.

Mas o prato que apresentamos não é fabrico da Fábrica de Louça de Sacavém, pese embora a mesma também tivesse realizado muitas peças com o recurso à estampilhagem e ao aerógrafo.

É fabrico das Faianças S. Roque, em Aveiro, que foi criada em 1955 pelo ceramista João “Lavado” (João Marques de Oliveira) (1905-?), então sócio da Fábrica de Louças e Azulejos de S. Roque, vulgarmente conhecido por Fábrica de S. Roque, esta fundada nos finais da década dos 20, por Manuel da Silva e Justino Pereira Campos, localizada no canal de São Roque.


A fábrica, Faianças S. Roque, apresentou as suas últimas contas a 27 de Dezembro de 2001, tendo o seu encerramento e dissolução sido registado em Outubro de 2002 e publicado em Diário da República, no mês de Dezembro do mesmo ano.

Esta fábrica, Faianças S. Roque, dedicou-se exclusivamente à produção de louças decorativas e utilitárias, tendo produzido bastante louça decorada com escorridos. Existem várias peças marcadas que exibem combinações de cores: castanho, amarelo, verde e preto nesses escorridos.


Todas as peças estão marcadas com carimbo circular, dentro dele algo que se assemelha a um “8”, como alguns dizem, mas mais não é de que a cabaça alusiva a São Roque. Razão pela qual também existem alguns carimbos também com um bastão.




Expliquemos, iconograficamente, São Roque é geralmente representado com vestimenta de peregrino, com a vieira típica dos peregrinos de Santiago de Compostela, com um longo bordão do qual pende uma cabaça.


Em suma um prato interessante, como cópia de um modelo de outro fabrico (FLS), muito conhecido á época e muito ao gosto do povo, em especial do Alentejo e Ribatejo, e daí o aproveitamento da imagem estampilhada no prato, para cativar a seu aquisição e consequente uso.  



FONTES:






6) -Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

7) - “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;