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domingo, 21 de junho de 2015

Prato Decorativo, em Policromia Estampada, da Fábrica de Alcântara

Hoje apresentamos um prato decorativo, de pendurar, em policromia, por estampagem da Fábrica de Louça de Alcântara, com uma cena romântica.


Trata-se de uma interessante peça, de louça decorativa, em policromia fabricada pela Fábrica de Louça de Alcântara, modelo que se crê ter começado a ser fabricado a partir de 1900, data a partir da qual começou a ser utilizada a marca circular inserida na pasta, com “LOPES & C.ª – ALCANTARA – LISBOA” e que coincide com a abertura da loja na Rua da Prata, n.º 249-251, em Lisboa.
 
(Marca que começou a ser utilizada após 1900)

(Loja da Rua da Prata n.º 249-251, em Lisboa, a partir de 1900)

Prato de forma hexagonal, com bordadura recortada, dourada e aba com interessante relevo, baixo-relevo, com decorações em padrão geométrico alternado, em número de doze, sendo seis na cor amarela e outros seis na cor roxa, de aplicação aerógrafada e em “degradée”, da bordadura para o covo.



Esta decoração da aba, pode-se considerar estilo “Arte Nova”, correspondente ao período que medeia entre os finais do século XIX e início do Século XX

O motivo da decoração, em policromia, por estampagem, com uma cena romântica, ao gosto da época ocupa o centro de prato – no seu covo, muito ligeiro.



Este desenho central apresenta uma senhora vestida de forma impecável, com trajes à época, ligeiramente dobrada a limpar a asa do cúpido; cena esta enquadrada por luxuriante vegetação floral e por coluna clássica e banco de jardim, em pedra, provavelmente mármore.

Crê-se que este prato possa ser englobado numa das séries designadas por “Figuras Clássicas”, ou “Figuras Românticas”, identificados pelo Mercador Veneziano, no seu blogue “A Fábrica de Alcântara: breves notas sob a sua produção” (http://fabricadealcantara.blogspot.com/). Consideramos em "Figuras Clássicas".




No tardoz do prato lá está apresentada a marca na pasta do carimbo circular de Lopes e C.ª, já citado.



Em suma um exemplar de um dos vários tipos de louça produzida pela Fábrica de Louça de Alcântara: Louça Decorativa Policromada por Estampagem.


Fontes:

1) – “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;

2) – “Cerâmica Portuguesa – Marcas da Cerâmica Portuguesa”, de José Queirós, 2ª Edição, II Volume, (1ª reedição em fac-simile), José Ribeiro – Editor e Livraria Estante Editora, Aveiro – 1987;




quarta-feira, 18 de março de 2015

LOUÇA FINA DE ALCANTARA – PRATOS RECORTADOS COM MOTIVO DESCONHECIDO

Desde há muito que a louça da Fábrica de Alcântara nos fascina: sentimos um encanto especial pelas suas peças, pela sua decoração e pela diversidade das marcas e carimbos que ostentam.

Trata-se de peças em faiança de qualidade superior, com decorações interessantíssimas, nem sempre identificáveis, geralmente com alguma influência da cerâmica inglesa, mas em que os motivos, os temas e a decoração são, por vezes, ao gosto nacional.

 

A informação bibliográfica sobre esta Fábrica é escassa, a menos da fonte (1), com um inegável e reconhecido valor, na divulgação de peças e de conhecimentos, e que a todos nos tem ajudado.

Assim, cada vez que aparece mais uma peça deste fabrico é um encanto, quer pela peça, sejam pratos ou outras peças utilitárias, em que os motivos são desconhecidos até ao presente, pelo menos por nós.

É pena que algumas dessas peças não tenham o motivo identificado, junto da respectiva marca ou carimbo, pois assim e de forma inequívoca sabia-se qual era o mesmo.

Hoje vamos apresentar dois pratos, das peças que ultimamente conseguimos e que achamos por bem divulgar, partilhando as suas imagens, para conhecimento de todos.

É na partilha de conhecimento que todos nós nos vamos enriquecendo, adquirindo mais informações e saberes.

Trata-se de dois interessantes pratos, de faiança fina, de aba recortada, com filete dourado e com uma interessante decoração.


Um dos pratos possui uma decoração com dois arranjos, um, em policromia, com motivos vegetalistas e volutas, a ocupar a aba e outro, em lado oposto com uma interessante paisagem, unto a um rio, a uma ponte, um palácio à beira de água, entre verdejante arborização.


No rio, duas colunas verticais de mármore, às quais está amarrada uma gondola (?); um pouco mais afastado, um bote com dois ocupantes-bucólica paisagem.


Noutro prato, o motivo vegetalista repete-se, mas o outro motivo é diferente, embora com o mesmo tema: uma mancha de água (rio?), uma gondola no mesmo, com um ocupante em pé e ao fundo um conjunto edificado extenso, sobre os telhados do mesmo sobressai as cúpulas (zimbórios) de uma igreja ou outro tipo de monumento.

Que motivo será? Desconhecemos.

Cremos não se tratar do motivo “Paisagem Marítima” já identificada na fonte (1).

  

No tardoz dos mesmos, as marcas e carimbos são inequívocos: carimbo circular, na cor sépia, “LOPES & CA”, “ALCANTARA” e “LISBOA” e a marca na pasta, circular de igual período.

Trata-se de um fabrico posterior a 1897.


FONTES:



3) - “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;

4) - “Cerâmica Portuguesa – Marcas da Cerâmica Portuguesa”, de José Queirós, 2ª Edição, II Volume, (1ª reedição em fac-simile), José Ribeiro – Editor e Livraria Estante Editora, Aveiro – 1987;