Azeitoneira em Cantão Popular da
Fábrica da Pinheira – Aveiro
As peças de faiança decoradas com o motivo
“Cantão Popular”, foram, como sabemos
fabricadas em várias fábricas, quer no Norte, quer na zona de
Aveiro, quer em Coimbra, quer na zona de Alcobaça ou mesmo na região de
Lisboa.
A maioria dessas peças não possuem
qualquer marca, carimbo ou outra identificação que lhes permita atribuir a
respetiva fábrica onde foram fabricadas, a menos de algumas características
particulares, da tonalidade da cor azul aplicada, dos elementos alegóricos
desenhados, ou por analogia comparativa com outras peças já identificadas,
senão: “É Miragaia”; tudo é “Miragaia” ou “tipo Miragaia”.
Alguns vendedores mais conhecedores,
lá arriscam perante as características das peças a dizer “É Coimbra”; “É Aveiro”.
Mas quando surge alguma peça com
marca ou carimbo, não restam dúvidas e constituem ótimos testemunhos para
identificar outras peças.
Tudo isto a propósito de uma pequena
azeitoneira de configuração oval, de aba ondulada e recortada, com 18,2 x 12,4
cm, com o motivo “Cantão Popular”,
mas com marca! – “LOUÇAS DA PINHEIRA – AVEIRO – PORTUGAL”
Quer o covo quer a aba com vasta
decoração, pintada à mão, rematando o bordo da aba com um filete grosso, na cor
azul.
De realçar que na parte central do
covo, pese embora o mesmo seja pintado à mão, configura-se que a edificação foi
pintada com a aplicação de um stencil (chapa recordada, para mais fácil
pintura) ou mesmo uma estampilhagem do edifício (não cremos muito).
Em suma, mais uma reinterpretação
popular do motivo “Chorão” (Willow Pattern), sendo mais uma das inúmeras
variantes fabricadas em Portugal, as quais se designaram por “Cantão Popular”.
No presente caso, em termos
arquitetónicos, o edifício possui já uma imagem formal ocidental, deixando cair
o estereótipo do palácio do Mandarim ou do pagode chinês. O tal elemento
decorativo que presumimos ter sido aplicado a stencil.
A restante decoração do covo e da
aba, é toda efetuada manualmente, havendo a separar a decoração do covo da aba
um largo filete azul e outro mais fino, igualmente azul.
Através de pesquisa efetuada (1)
encontramos uma peça idêntica à aqui apresentada, em que o edifício é muito
semelhante ao da nossa peça, sendo que a vegetação, a paisagem estilizada e a
restante decoração são diferentes, certamente mais ao gosto pessoal do artista
que a pintou.
Possui marca igual à da nossa peça,
mas menos nítida, e por conseguinte de mais difícil leitura.
Trata-se de peças que se presumem
terem sido fabricadas na década de cinquenta ou sessenta do século passado.
Peça semelhante, encontramos na
pesquisa efetuada (3), mas que as edificações estilizadas já são ao gosto
oriental, com o palácio do mandarim, com o pagode e com a ponte, sendo que não
possui quaisquer figuras, mas em que a vegetação, embora mais escassa, se
assemelha à da azeitoneira que estamos a apresentar.
Mais uma peça com o motivo "Cantão Popular", cujo fabrico está identificado com carimbo, permitindo assim comparar com outras peças do mesmo mtivo mas sem carimbo da fábrica onde foram produzidas.
Mais uma peça com o motivo "Cantão Popular", cujo fabrico está identificado com carimbo, permitindo assim comparar com outras peças do mesmo mtivo mas sem carimbo da fábrica onde foram produzidas.
FONTES:
2)-
http://www.velhariasdoluis.blogsopt.com;
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