Mostrar mensagens com a etiqueta Fábrica de Massarelos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Fábrica de Massarelos. Mostrar todas as mensagens

domingo, 7 de junho de 2015

Tigelinha em Faiança de Massarelos alusiva à Ericeira


A Fábrica de Louças de Massarelos, no tempo em que era propriedade da Companhia das Fábricas de Cerâmica Lusitânia, S.A.R.L., que corresponde ao período compreendido entre 1936 e 1945, dedicou-se também à produção de tigelas e de canecas, para além de todo o outro tipo de peças em faiança que produzia.


Uma das peças mais interessantes que produziu foi uma mini tigela ou tacinha, monocromática, com decoração a negro, alusiva à Vila da Ericeira (Vila piscatória, muito pitoresca, do concelho de Mafra, a norte de Lisboa, na zona Oeste) com o Brasão da Ericeira, com o símbolo alusivo à mesma – o Ouriço.


No período seguinte, após 1945, da era da LUFAPO, também foram produzidas algumas tigelas em miniatura ou tacinhas, em especial de publicidade, geralmente monocromáticas, como a que a seguir exibimos tigela alusiva à Confeitaria Centenário, no Porto.


Em ambos os períodos foram produzidas tigelas, com decoração monocromática ou policromática com diversos motivos florais ou com enquadramento paisagístico
.














A peça em apreço, para além de ser interessante pela sua pequenez, não deixa de ser muito curiosa pelo facto de uma fábrica do Norte – Massarelos, fazer estas peças alusivas à Vila da Ericeira e ao seu Brasão.


À época o brasão da Ericeira era o que a peça exibe, pois agora, o brasão é outro.


De referir que a Fábrica da Vista Alegre também produziu um paliteiro em porcelana, monocromático, na cor azul, com o mesmo brasão e correspondente ao período de fabrico de 1922-1947.


Terá sido que esta peça criou algum motivo para que a tigelinha de Massarelos alusiva à Vila da Ericeira e ao seu Brasão fosse produzida por aquela Fábrica?



FONTES:

1) – “ A Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma unidade fabril pioneira” – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo; Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta – Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012” 

2) - “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;

3) – “Fábrica de Massarellos – Porto 1763 – 1936”, Exposição Fábrica de louça de Massarelos 1763 – 1936, Porto 1998; Coordenação de Mónica Baldaque, Teresa Pereira Viana e Margarida Rebelo Correia, Museu Nacional Soares dos Reis;

4) - “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;

5) – “ A Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma unidade fabril pioneira – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo; Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta – Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012” 

6) - Sites da Net: OLX, Custo Just, Com shop, etc.


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Caneca de Massarelos – Período Lusitânia (1936 – 1945)

Para variar apresentamos hoje uma caneca, em faiança, da Fábrica de Massarelos – Porto, do período Lusitânia.

Caneca moldada, de forma tronco-cónica, de boca larga, com pequeno frete reentrante junto à base, mais larga, e asa lateral vertical em forma de aleta lisa, com decoração monocromática azul, sob fundo creme, por técnica de impressão, com um ramo de duas papoilas, uma de cada lado, e um filete fino, junto ao bordo e outro no frete da base.

Possui marca estampada, monocromática na cor azul, com as indicações MASSARELOS – LUSITANIA – PORTUGAL, encimada pela coroa real e com a coroa de louros, lateral.

A Fábrica de Massarelos, em Roriz, então propriedade da sociedade por quotas Chambers & Wall, Lda., foi vendida, em 1936, à Companhia das Fábricas Cerâmica Lusitânia, S.A.R.L., empresa de Lisboa que possuía um conjunto de fábricas e armazéns de distribuição de materiais de construção, nas principais cidades do país.

Mais tarde, em 1945 a marca CFCL, Companhia das Fábrica Cerâmica Lusitânia, é substituída por LUFAPO LUSITÂNIA PORTUGAL, pelo que, a partir de 1945, passou a ser usada a marca LUFAPO MASSARELOS

Por conseguinte, é desse período (1936 – 1945), a caneca que apresentamos.



FONTES:

1) – “ A Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma unidade fabril pioneira” – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo; Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta – Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012” 

2) - “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;

3) - Fábrica de Massarellos – Porto 1763 – 1936”, Exposição Fábrica de louça de Massarelos 1763 – 1936, Porto 1998; Coordenação de Mónica Baldaque, Teresa Pereira Viana e Margarida Rebelo Correia, Museu Nacional Soares dos Reis;


4) -Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Prato de Massarelos, Motivo FENIANO


Prato de Massarelos, Motivo FENIANO

 
Apresentamos mais um prato de fabrico da Fábrica de Loiças de Massarelos, com o motivo “FENIANO”.



Trata-se de um prato com decoração vegetalista, estampada na aba, que se prolonga até ao limite do fundo do prato, em tons de cinzento, com decoração de cornucópias na bordadura da aba e vários filetes no limite do covo na mesma cor.
 


 
Possui florão hexagonal no fundo, com seis pequenas decorações periféricas.
 


Fabricado no período entre 1873 e 1878, sob a gerência de Sá Lima & Irmão (lá estão no circulo central do carimbo “S”, “L” e “I”), em função do carimbo exibido no tardoz do prato.


A estampagem encontra-se com algumas impressões de fabrico, situação recorrente à época atendendo ao tipo de estampa aplicada e da sua consequente dificuldade, conjugada com os poucos conhecimentos dos seus aplicadores.

O prato encontra-se furado no centro do florão no fundo e ainda com o arame para aplicação do mesmo em parede.

 
 

Desconhecemos quais as razões deste motivo, mas pensamos que esteja associado ao movimento feniano surgido a meados do século XIX, e que se tratava de um movimento político pró-separação da Irlanda, tendo-se posteriormente chamado aos irlandeses antibritânicos, fenianos.

Mais tarde, pessoas contestatárias aos respetivos regimes políticos governantes, foram também designados de fenianos.

No Porto e no segundo quartel do século XIX, liberais e republicanos e um grupo de personalidades tomou a iniciativa de se organizar para fundar uma associação para intervir cívica e culturalmente na vida da cidade, não esquecendo a ação recreativa e beneficente.

 

 
Reuniam-se no café-restaurante Águia d´Douro, mais tarde também cinema, na Praça da Batalha, os quais se viriam a constituir como o Clube Fenianos Portuenses, em 25 de Março de 1904.

Cremos ter sido um prato com o motivo alusivo a tal movimento e antes de se constituir como clube.

 
FONTES:


2) – “ A Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma unidade fabril pioneira – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo; Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta – Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012” 


4)- http://www.novoperiscopio.blogspot.com/…/o-clube-fenianos-portuenses.html;

Prato de Massarelos, Motivo Beira


Prato de Massarelos, Motivo Beira

Apresentamos hoje mais um prato de fabrico da Fábrica de Massarelos, com o motivo “Beira” com decoração vegetalista, estampada na aba, que se prolonga até ao fundo do prato, em tons de azul.

 
Possui filetes na bordadura da aba e no limite do fundo em dourado, bem como uma bordadura decorativa no limite do covo.
 
 
Trata-se de fabrico do período entre 1873 e 1878, mais especificamete desde 08.09.1873 a 30.01.1878, sob a gerência de Sá Lima & Irmão em função do carimbo exibido no tardoz do prato (lá estão no circulo central do carimbo “S”, “L” e “I”).
 
 
Cremos tratar-se de um prato de fabrico reduzido, tentando fazer concorrência aos demais fabricos da época, de outras fabricas, as quais também possuíam o mesmo motivo, mas com decoração diferente, nomedamente da Fábrica de Louças de Sacavém.
 
Erradamente também há quem designe este prato com esta decoração, como sendo o motivo "Paz", mas na verdade não está correcto.
 
Encontravam-se à venda em dois sítios (OLX e COISAS) pratos com a mesma decoração, mas em verde, os quais possuiam a respectiva marca estampada, na cor verde, no tardoz,  não deixando assim dúvidas, pese embora sejam de fabrico posterior, do período de "Chambers & Wall", correspondente ao período de 18.09.1912 a 11.03.1920.  
 
 
 
 
 
FONTES:
 
2) – “ A Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma unidade fabril pioneira – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo; Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta – Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Rara Leiteira de Massarelos, com estampagem policroma do período de Sá Lima e Irmão



Rara Leiteira de Massarelos, com estampagem policroma do período de Sá Lima e Irmão


Apreciamos as peças em faiança, não só pela sua presença, exposição ou dimensões, pois inclinar-nos-íamos para as terrinas, para as travessas e para os pratos.

Mas peças há que pela sua graciosidade, pequenez ou características próprias nos fascinam mais que as grandes.

 



Tudo a propósito de uma pequena leiteira de faiança de Massarelos, com 12,5 de altura, um diâmetro na base de 7 cm e no bojo de 10 cm.

 
Leiteira com uma estampagem policroma, sendo uma grande e outra menor, a maior desde a asa até passar o alinhamento do bico e a outra mais pequena, do outro lado, centrada entre a asa e o alinhamento do bico.




A estampagem maior possui uma edificação tipo fortificada, com um embasamento sobre as rochas, com quatro janelas, depois um piso superior, com três janelas e uma torre mais alta, à esquerda, aparentando ter um vão de fenestração superior. As fachadas são na cor amarelo ocre.


Ambos os volumes com telhados de cobertura vermelha, com duas águas.

No tardoz desta edificação fortificada aparenta haver um castelo, com a sua torre de menagem, mais alta, numa cor cinzento azulado.

À direita deste conjunto edificado uma pequena floresta, com arbustos verdes, junto ao solo e superiormente árvores de grande porte, com folhagem castanha, eventualmente na época de estio, quando a mesma começava a cair.

 
À esquerda um lago, na sua cor azul celeste, com dois barcos à vela, de um mastro e uma vela, castanhos, cada um a fletir para o seu lado e ao fundo, um envolvimento arbóreo verde, elevando-se até ao horizonte, com tonalidades desde o amarelo acastanhado até ao avermelhado, sobressaindo sobre o mesmo, a tardoz, outra vez, o céu azul celeste.

 

A estampagem pequena, igualmente policroma, exibe somente a composição do lago, dos dois barcos à vela e do fundo envolvente de enquadramento.
 

Junto à base possui um filete dourado e na asa, trabalhada, com um friso côncavo central, e que na sua vista de perfil se assemelha a um cavalo-marinho, possui também ainda alguns apontamentos de um filete dourado.

 
O bocal do jarro é plano e o bico triangular, alinha com o bocal.




Só por estas particularidades já se tratava de uma peça de faiança rara de Massarelos, mas analisando a base da mesma, vem aí a surpresa maior: possui dois carimbos de Massarelos, do período de fabrico de Sá Lima & Irmão, em que um dos carimbos não ficou devidamente marcado e nítido, e em que o fabricante desta peça, pretendeu de forma inequívoca identificar a mesma e colocou um outro carimbo, igual, mas este de perfeita leitura, ambos monocromos, na cor castanha escura.




Trata-se pois de uma peça fabricada entre 1873 e 1878, sob a gerência de Sá Lima & Irmão (lá estão no circulo central do carimbo “S”, “L” e “I”), em que a respetiva firma foi constituída em 1873 e que viria a ser dissolvida em 1878, por partilha dos bens do pai de ambos, entretanto falecido em 1876.

Esta época de fabrico corresponde à primeira fase do denominado 4º período que vai de 1873 a 1895, no qual começou a fabricação de alguma louça artística, como é o caso desta leiteira, com estampilha policroma.

Em suma uma leiteira rara em faiança de Massarelos, com estampagem policroma, com dois carimbos e do período, provavelmente menos conhecido, da gerência de Sá Lima e Irmão.

Através de pesquisa efetuada, (2), encontramos outras peças com o mesmo motivo e decoração, que reproduzimos aqui, para comparação:




Um prato de bolo, de serviço de chá com o mesmo motivo e decoração,
 

Uma chávena de chá e uma tijela com prato, com o mesmo motivo e da mesma época.

E a partir destas identificações; provavelmente tratava-se de uma leiteira, para o serviço de chá ou de café, do qual o referido prato de bolo, eventualmente também fazia parte – quem sabe!




José Queirós, em 1907, e na fonte citada (4), já identificava esta marca, conforme apresentada no item 419, a páginas 300, como “marca de fabrico recente”, o que era verdade pois referia-se ao período de 1873 a 1878.




Para que conste e para que  se tenha conhecimento deste tipo de faiança produzida pela Fábrica de Massarelos, de um período mesmos conhecido da mesma.




 

FONTES:

1) – “A Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma unidade fabril pioneira” – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo; Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta – Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012;



4)- “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;


6)- “Fábrica de Massarellos – Porto 1763 – 1936”, Exposição Fábrica de louça de Massarelos 1763 – 1936, Porto 1998; Coordenação de Mónica Baldaque, Teresa Pereira Viana e Margarida Rebelo Correia, Museu Nacional Soares dos Reis;