segunda-feira, 11 de agosto de 2014

TRAVESSA OITAVADA, MOTIVO ESTÁTUA OU CAVALINHO, DA FÁBRICA CERÂMICA SOARES DOS REIS, LDA. DE VILA NOVA DE GAIA


TRAVESSA OITAVADA, MOTIVO ESTÁTUA OU CAVALINHO, DA FÁBRICA CERÂMICA SOARES DOS REIS, LIMITADA;  DE VILA NOVA DE GAIA

Na senda da identificação dos vários fabricos nacionais de faianças com o motivo Estátua ou Cavalinho apresentamos agora uma travessa oitavada de fabrico do Norte, mais especificamente da Fábrica Cerâmica Soares dos Reis, Limitada, de Vila Nova de Gaia.


Trata-se de uma travessa com o motivo Estátua, ou Cavalinho, na cor verde, partida, colada e com três “gatos” – grampos, para além de uma significativa esbeiçadela na aba, mas que exibe mais uma variante do motivo citado.


Crê-se que se trata de uma peça fabricada no início da década de 40 do século XX, quando a Fábrica do Agueiro foi reestruturada em 1941 e passou a chamar-se Fábrica Cerâmica Soares dos Reis, Limitada (3).


A fábrica citada foi fundada em 1919 e teve aquela designação por se situar no local de Agueiro, em Mafamude – Vila Nova de Gaia, pese embora também com entrada pela Rua Soares dos Reis e daí o nome que passou a ter a partir de 1941 até 1964, ano em que encerrou (3).


Julga-se ter sido com o início da sua reestruturação que se dedicou ao fabrico deste tipo de louça com o motivo em causa, tentando competir com os demais fabricos, especialmente os nortenhos, mas sempre muito aquém do fabrico, a sul, da Fábrica de Louça de Sacavém.

Esta travessa apresenta uma interessante estampagem da cercadura na aba com grinaldas, florões, arabescos e outros, não muito usual neste motivo, mas provavelmente uma referência, para marcar a diferença de idênticos motivos fabricados por outras fábricas.


Em suma, mais uma peça catalogada, de forma simples, para conhecimento de todos.

FONTES:




TRAVESSA OVAL, MOTIVO ESTÁTUA OU CAVALINHO, FABRICO CORTICEIRA DO PORTO


TRAVESSA OVAL, MOTIVO ESTÁTUA OU CAVALINHO, FABRICO CORTICEIRA DO PORTO

 
As faianças com o motivo Estátua ou Cavalinho são sempre uma revelação, quer a nível da estampagem, com as suas enormes variantes, quer a nível da sua fabricação, pois muitas foram as fábricas que as produziram, entre os finais dos séculos XIX e meados do XX.

 

 

Hoje apresentamos uma pequena travessa oval da Fábrica da Corticeira do Porto, com carimbo circular laureado, na cor verde, provavelmente do 1º período da fábrica, com o motivo Estátua ou Cavalinho, uma variante, em tons de verde e bem estampado.
 
 

Crê-se (1) que esta fábrica laborou desde os finais do século XIX até meados da década de sessenta do século XX, pelo que se presume que o fabrico desta travessa remonte a finais do século XIX ou início do XX, quando o carimbo era mais cuidado e com maior beleza, já que em fases posteriores o carimbo era muito mais simples: um entrelaçado “C-P” dentro de um circulo.
 
 
 

Esta travessa apresenta alguns sinais de uso no bordo da aba, mas a sua cercadura estampada apresenta um motivo floral simples fora do habitual do motivo em apreço.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Cantão Popular - Louças da Pinheira - Aveiro - Azeitoneira


Azeitoneira em Cantão Popular da Fábrica da Pinheira – Aveiro

 
As peças de faiança decoradas com o motivo “Cantão Popular”, foram, como sabemos fabricadas em várias fábricas, quer no Norte, quer na zona de Aveiro, quer em Coimbra, quer na zona de Alcobaça ou mesmo na região de Lisboa.

A maioria dessas peças não possuem qualquer marca, carimbo ou outra identificação que lhes permita atribuir a respetiva fábrica onde foram fabricadas, a menos de algumas características particulares, da tonalidade da cor azul aplicada, dos elementos alegóricos desenhados, ou por analogia comparativa com outras peças já identificadas, senão: “É Miragaia”; tudo é “Miragaia” ou “tipo Miragaia”.

Alguns vendedores mais conhecedores, lá arriscam perante as características das peças a dizer “É Coimbra”; “É Aveiro”.

Mas quando surge alguma peça com marca ou carimbo, não restam dúvidas e constituem ótimos testemunhos para identificar outras peças.
 

Tudo isto a propósito de uma pequena azeitoneira de configuração oval, de aba ondulada e recortada, com 18,2 x 12,4 cm, com o motivo “Cantão Popular”, mas com marca! – “LOUÇAS DA PINHEIRA – AVEIRO – PORTUGAL”

 
Quer o covo quer a aba com vasta decoração, pintada à mão, rematando o bordo da aba com um filete grosso, na cor azul.

 


De realçar que na parte central do covo, pese embora o mesmo seja pintado à mão, configura-se que a edificação foi pintada com a aplicação de um stencil (chapa recordada, para mais fácil pintura) ou mesmo uma estampilhagem do edifício (não cremos muito).




Em suma, mais uma reinterpretação popular do motivo “Chorão” (Willow Pattern), sendo mais uma das inúmeras variantes fabricadas em Portugal, as quais se designaram por “Cantão Popular”.

No presente caso, em termos arquitetónicos, o edifício possui já uma imagem formal ocidental, deixando cair o estereótipo do palácio do Mandarim ou do pagode chinês. O tal elemento decorativo que presumimos ter sido aplicado a stencil.

A restante decoração do covo e da aba, é toda efetuada manualmente, havendo a separar a decoração do covo da aba um largo filete azul e outro mais fino, igualmente azul.  

 
Através de pesquisa efetuada (1) encontramos uma peça idêntica à aqui apresentada, em que o edifício é muito semelhante ao da nossa peça, sendo que a vegetação, a paisagem estilizada e a restante decoração são diferentes, certamente mais ao gosto pessoal do artista que a pintou.


Possui marca igual à da nossa peça, mas menos nítida, e por conseguinte de mais difícil leitura.

Trata-se de peças que se presumem terem sido fabricadas na década de cinquenta ou  sessenta do século passado.


Peça semelhante, encontramos na pesquisa efetuada (3), mas que as edificações estilizadas já são ao gosto oriental, com o palácio do mandarim, com o pagode e com a ponte, sendo que não possui quaisquer figuras, mas em que a vegetação, embora mais escassa, se assemelha à da azeitoneira que estamos a apresentar.

Mais uma peça com o motivo "Cantão Popular", cujo fabrico está identificado com carimbo, permitindo assim comparar com outras peças do mesmo mtivo mas sem carimbo da fábrica onde foram produzidas.

 
FONTES:








 

 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Rara Leiteira de Massarelos, com estampagem policroma do período de Sá Lima e Irmão



Rara Leiteira de Massarelos, com estampagem policroma do período de Sá Lima e Irmão


Apreciamos as peças em faiança, não só pela sua presença, exposição ou dimensões, pois inclinar-nos-íamos para as terrinas, para as travessas e para os pratos.

Mas peças há que pela sua graciosidade, pequenez ou características próprias nos fascinam mais que as grandes.

 



Tudo a propósito de uma pequena leiteira de faiança de Massarelos, com 12,5 de altura, um diâmetro na base de 7 cm e no bojo de 10 cm.

 
Leiteira com uma estampagem policroma, sendo uma grande e outra menor, a maior desde a asa até passar o alinhamento do bico e a outra mais pequena, do outro lado, centrada entre a asa e o alinhamento do bico.




A estampagem maior possui uma edificação tipo fortificada, com um embasamento sobre as rochas, com quatro janelas, depois um piso superior, com três janelas e uma torre mais alta, à esquerda, aparentando ter um vão de fenestração superior. As fachadas são na cor amarelo ocre.


Ambos os volumes com telhados de cobertura vermelha, com duas águas.

No tardoz desta edificação fortificada aparenta haver um castelo, com a sua torre de menagem, mais alta, numa cor cinzento azulado.

À direita deste conjunto edificado uma pequena floresta, com arbustos verdes, junto ao solo e superiormente árvores de grande porte, com folhagem castanha, eventualmente na época de estio, quando a mesma começava a cair.

 
À esquerda um lago, na sua cor azul celeste, com dois barcos à vela, de um mastro e uma vela, castanhos, cada um a fletir para o seu lado e ao fundo, um envolvimento arbóreo verde, elevando-se até ao horizonte, com tonalidades desde o amarelo acastanhado até ao avermelhado, sobressaindo sobre o mesmo, a tardoz, outra vez, o céu azul celeste.

 

A estampagem pequena, igualmente policroma, exibe somente a composição do lago, dos dois barcos à vela e do fundo envolvente de enquadramento.
 

Junto à base possui um filete dourado e na asa, trabalhada, com um friso côncavo central, e que na sua vista de perfil se assemelha a um cavalo-marinho, possui também ainda alguns apontamentos de um filete dourado.

 
O bocal do jarro é plano e o bico triangular, alinha com o bocal.




Só por estas particularidades já se tratava de uma peça de faiança rara de Massarelos, mas analisando a base da mesma, vem aí a surpresa maior: possui dois carimbos de Massarelos, do período de fabrico de Sá Lima & Irmão, em que um dos carimbos não ficou devidamente marcado e nítido, e em que o fabricante desta peça, pretendeu de forma inequívoca identificar a mesma e colocou um outro carimbo, igual, mas este de perfeita leitura, ambos monocromos, na cor castanha escura.




Trata-se pois de uma peça fabricada entre 1873 e 1878, sob a gerência de Sá Lima & Irmão (lá estão no circulo central do carimbo “S”, “L” e “I”), em que a respetiva firma foi constituída em 1873 e que viria a ser dissolvida em 1878, por partilha dos bens do pai de ambos, entretanto falecido em 1876.

Esta época de fabrico corresponde à primeira fase do denominado 4º período que vai de 1873 a 1895, no qual começou a fabricação de alguma louça artística, como é o caso desta leiteira, com estampilha policroma.

Em suma uma leiteira rara em faiança de Massarelos, com estampagem policroma, com dois carimbos e do período, provavelmente menos conhecido, da gerência de Sá Lima e Irmão.

Através de pesquisa efetuada, (2), encontramos outras peças com o mesmo motivo e decoração, que reproduzimos aqui, para comparação:




Um prato de bolo, de serviço de chá com o mesmo motivo e decoração,
 

Uma chávena de chá e uma tijela com prato, com o mesmo motivo e da mesma época.

E a partir destas identificações; provavelmente tratava-se de uma leiteira, para o serviço de chá ou de café, do qual o referido prato de bolo, eventualmente também fazia parte – quem sabe!




José Queirós, em 1907, e na fonte citada (4), já identificava esta marca, conforme apresentada no item 419, a páginas 300, como “marca de fabrico recente”, o que era verdade pois referia-se ao período de 1873 a 1878.




Para que conste e para que  se tenha conhecimento deste tipo de faiança produzida pela Fábrica de Massarelos, de um período mesmos conhecido da mesma.




 

FONTES:

1) – “A Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma unidade fabril pioneira” – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo; Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta – Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012;



4)- “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;


6)- “Fábrica de Massarellos – Porto 1763 – 1936”, Exposição Fábrica de louça de Massarelos 1763 – 1936, Porto 1998; Coordenação de Mónica Baldaque, Teresa Pereira Viana e Margarida Rebelo Correia, Museu Nacional Soares dos Reis;


 

 

domingo, 27 de julho de 2014

Par de Pratos de Massarelos, Motivo Alcântara, com estória

Par de Pratos de Massarelos, Motivo Alcântara, com estória

Descendentes de antigas pessoas, provavelmente, da gerência ou proprietários da Fábrica de Massarelos venderam todo o recheio de uma antiga casa familiar existente no Norte, incluindo faianças.

Entre essas faianças existiam dois pratos, de fabrico de Massarelos, com o motivo “Alcântara”, segundo nos informaram trata-se de pratos de presentear, isto é pratos de coleção, para oferecer e não circulados, para uso utilitário, doméstico.

 
 
Indicaram-nos que os poucos que foram efetuados, foi em “homenagem à Fábrica de Alcântara” e que teriam sido dados alguns aos então proprietários da Fábrica de Alcântara – teria sido assim? Desconhecemos e provas não há.

 

 
Trata-se de pratos covos, motivo “Alcântara”, com decoração vegetalista, triplica, estampada na aba, que se prolonga até ao fundo do prato, na cor monocromática verde, com a qualidade e o requinte que caracteriza a louça de Massarelos.

 
Um deles possui defeito na estampagem (falta uma pequena zona triangular, o que o torna uma raridade).

Trata-se de louça já com influência inglesa, com aplicação de decalques, natural em função da respetiva gestão por ingleses, em que a pasta era composta de barro inglês, caulino inglês, pedra de Cornwall e pederneira de Dieppe moída na Inglaterra, pese embora também se utilizasse barro de Barracão, da zona de Leiria, caulino da Senhora da Hora e areia belga, conforme conseguimos apurar em bibliografia (2).

 

 
É fabrico do período de CHAMBERS e WALL, dito 5º período, pois possuem gravação na pasta “MASSARELOS”, “PORTO” E “2” e carimbo, na cor verde, com as indicações “MASSARELOS”, “C e W” e “PORTO” e por baixo do mesmo o nome do motivo “ALCANTARA” e ainda a letra “H”.

 


Corresponde pois ao período de fabrico de 1912 a 1920 em que a gestão foi inglesa composta por Archibald James, Charles Frederick Chambers e seu filho, Charles John Andresen Chambers, tendo sido formada a sociedade Chambers & Wall, constituída a 18 de Setembro de 1912; até ao incêndio da fábrica em 1920, a 11 de Março.

De referir que este motivo é muito semelhante ao motivo “Peniche” da fábrica de “Alcântara”, diferindo no remate da composição vegetalista e na falta de base decorativa (trama) sob os motivos, conforme as imagens seguintes evidenciam tal situação.



 

Mais uma vez, vemos a “interligação” ou “cruzamento” entre as fábricas de Massarelos e de Alcântara e a “presença” ou “amizade” dos Chambers.

Não nos podemos esquecer que há louça fabricada em Alcântara que possui a gravação na massa de “CHAMBERS e C.ª”, que ainda não conseguimos desvendar, mas que presumimos ser da parte final do fabrico da fábrica de Alcântara, por volta da década de 30, do século passado, sob a administração da mesma família “Chambers”, que foi proprietária e gestora da fábrica de Massarelos.



Após o incêndio da fábrica de Massarelos, a firma “CHAMBERS e WALL” transferiu a sua produção de louça para uma fábrica onde produziam grés em Roriz, Quebrantões do Norte, freguesia do Bonfim a qual venderam em 1936 à Companhia das Fábricas Lusitana, a 29 de Fevereiro.

 
 
 
O referido empresário inglês Charles John Andresen Chambers esteve “muito ligado à fábrica de Massarelos e à indústria cerâmica”, que “ultrapassou duas décadas” – só na de Massarelos foi sócio durante 21 anos.

Algumas destas constatações foram confirmadas, anos mais tarde, por Charles A. Chambers, filho de Charles John Chambers.

Charles Frederick Chambers,  nasceu a 28.05.1867 e faleceu a 04.04.1957, casou com Olinda de Brito Andresen, em 29.08.1889, tendo tido quatro filhos, sendo varão Charles John Andresen Chambers, que nasceu em 29.06.1893 e viria a casar com Branca Lavínia Pankhurst Soares de Bulhão Pato.

(Charles Frederick Chambers, filho)
 

Os pais de Charles Frederick Chambers foram Charles Frederick Chambers, que nasceu em 17.01.1830 e faleceu em 1900 e Maria Júlia Kelly de Aguillar da Cunha Lima, que nasceu a 18.04.1949 e faleceu em 1932.

(Charles Frederick Chambers, pai)
 
De salientar que não se encontram devidamente catalogadas muitas peças, de fabrico de Massarelos, em mãos de colecionadores ou de simples cidadãos atentos e interessados pelo património nacional, demonstrativo do interesse que este tipo de louça motiva perante os mesmos.

Sabemos que há, pelo menos, um colecionador particular que possui um ou dois pratos com o motivo semelhante ao que apresentamos.

Em várias épocas de fabrico se constata que fábricas distintas fabricaram louça com motivos semelhantes.




Várias situações destas já se detetaram nomeadamente entre as Fábricas de Massarelos e de Alcântara, com a utilização de estampagens de motivos muito semelhantes, cada uma com o seu carimbo habitual, à exceção de algumas peças (poucas) de Alcântara com a marca de fabrico gravada na massa de “CHAMBERS & C.ª”, tal como nós já referimos e também no blogue (4).



Algumas peças produzidas entre 1912 e 1920 pela Fábrica de Massarelos, foram “repetidas” na fábrica de Alcântara, mas sem marca na pasta de “Lopes & C.ª”, mas sim de “CHAMBERS & C.ª”.

 
Isto leva-nos a equacionar que provavelmente alguns anos após o incêndio da Fábrica de Massarelos em 1920 e à produção de menor qualidade efetuada na fábrica de Roriz, um dos Chambers, eventualmente Charles Frederick Chambers  ou o seu filho, Charles John Andresen Chambers,  com o espirito empreendedor que tinham e o elevado gosto e dedicação à Cerâmica tenha administrado a Fábrica de Alcântara, eventualmente no final da década de 20 ou início da década de 30, do século passado.

Fábrica esta com um equipamento menos tecnológico que o de Massarelos e com processos produtivos menos industrializados e profissionalizados, que conjuntamente com as dificuldades produtivas, dado as dinâmicas operárias e relacionais serem muito diferentes entre as de Massarelos e de Alcântara, a produção não foi a prevista, com a qualidade desejada e nem adequada às pretensões dos Chambers, começando a fábrica a definhar e criando as condições para o seu encerramento.

Teria sido assim? É uma hipótese! Faltam, ainda, evidencias ou provas!


FONTES:


2) – “ A Fábrica de Louça de Massarelos – Contributos para a caraterização de uma unidade fabril pioneira – Volume I, de Armando Octaviano Palma de Araújo; Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta – Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Lisboa – 2012”