domingo, 15 de março de 2015

PRATO COMEMORATIVO DO 4º CENTENARIO DA CHEGADA À INDIA DA FABRICA DE LOUÇA DE SACAVÉM

A Fábrica de Louça de Sacavém presenteou-nos ao longo dos seus muitos anos de fabrico com pratos decorativos, policromáticos, de rara beleza, muitos dos quais ainda, felizmente, existem.


Reportamos-nos hoje a um belo exemplar, policromático, decorado a tons de verde, azul, castanho e vermelho, tendo como motivo a comemoração do 4.º Centenário da chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498, logo um exemplar, provavelmente, de 1898.

Como não podia deixar de ser a decoração apresenta os motivos alusivos a tal comemoração:


- a figura principal, no covo do prato, lateralmente: D. Vasco da Gama, na cor azul, com um colar, ao peito, com a Cruz de Cristo, a vermelho;


- em local oposto do covo e estendendo-se até à aba, na cor castanho, a Torre de Belém, engalanada com uma bandeira à época do descobrimento;

- na aba uma cercadura interrompida, em cordame com nós, na cor verde, atravessando três bois, na cor vermelha, com um debrum, onde é exibida uma outra Cruz de Cristo, a verde com o interior a vermelho e sob a mesma a data 1497 – 1898.


- o remate da corda com o Escudo de Portugal, sobre uma âncora, na cor verde; Escudo esse com os castelos na cor amarela e as quinas na cor azul.


Em suma, um conjunto de símbolos manuelinos que se reportam a essa Epopeia dos Descobrimentos Portugueses.

Exemplar semelhante, mas só a duas cores já foi exibido no blogue citado em (2), cujas imagens reproduzimos aqui com autorização do seu autor.





Um prato semelhante a este já foi apresentado no livro referido na fonte (6) a páginas 368.

Por outro lado no blogue citado na fonte (3) também já foi exibido um prato policromado, igualmente a três cores, mas diferentes das do que apresentamos.



Para identificação do mesmo apresentamos foto do prato, com a devida autorização do seu autor deste excepcional e deslumbrante blogue: http://memoriadosdescobrimentosnaceramica.blogspot.pt;

O prato encontra-se com marca inserida na pasta – a coroa real e sob a mesma “SACAVEM”, pelo que corresponde a um fabrico da época iniciada em 1885-1886 e que se prolongou, provavelmente até 1905, convivendo com outros carimbos aplicados à época e que neste caso confirma-se pela data comemorativa do prato. Eis pois um parto do final do século XIX.


Neste fabrico de pratos foi utilizada um tipo de pasta cerâmica com a aplicação de granito e que veio a receber o nome de “pó de pedra”.

Fontes:   




4) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

5) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

6) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

7) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

6) – “Dicionário de marcas de Faiança” de Filomena Simas e Sónia Isidro – Edição Estar Editora - Lisboa – 1996;



sábado, 14 de março de 2015

PRATO DE SUSPENSAO, PUBLICITARIO, DA FÁBRICA DE ALCANTARA

Pensamos que a lógica de um coleccionador é não ter lógica!

Em especial quando se trata de coleccionar cerâmicas; quer faianças, quer porcelanas, quer azulejos ou mesmo terracotas.

Para além das categorias formais, das escolas, das épocas, das tipologias, das peças, do seu valor intrínseco ou comercial, pensamos que está acima de tudo o gosto pessoal, a empatia que as peças nos criam e que nos leva a coleccioná-las de modo caprichoso e despretensioso.

Mas, como é óbvio, sem deixar de considerar o seu valor estético, histórico e quiçá comercial.


Tudo isto a propósito de um Prato de Suspensão, Publicitário, da Fábrica de Louça de Alcântara.

Temos, desde há muito, empatia pela faiança de Alcântara, a qual ainda aumentou a partir da palestra de Jaime Regalado, dada a 23 de Janeiro passado no Museu da Fábrica de Louça de Sacavém, pela eloquência da mesma e pela apresentação e descrição efectuadas, com o desvendar de muitas interrogações. (Para quando a publicação do respectivo livro?)

Trata-se de um prato liso, sem covo e aba, de suspensão, com os respectivos orifícios de pendurar efectuados no único frete do tardoz do prato.



É um tipo de prato recorrente, publicitário, do Comerciante Albino J. Baptista, com sede na Rua Nova do Almada, n. 92, em Lisboa, (ao Chiado), que se dedicava à comercialização de “Guardas Chuvas muito bons e baratos” e a “Leques e Sombrinhas de Phantasia”.

Este prato calendário, do ano de 1889 e por conseguinte efectuado, provavelmente no final do ano de 1888, apresenta-se na cor monocromática castanha.


Para além do calendário em si, exibe três guardas chuva, de dimensões diferentes, dois leques e sete bengalas de diversos formatos de punho e uma jovem senhora, elegantemente vestida à época, com um guarda-chuva, voltado do avesso, sob copiosa chuva.


No limite da bordadura a identificação “LOPES & CA – ALCANTARA”.


No tardoz do prato, a marca é inequívoca e expressa de forma incisiva:

 “L. & C.”, “LOUÇA À INGLESA”, “FÁBRICA D’ ALCANTARA”, “LISBOA” e “TRAVESSA D’ ASSUMPÇÃO 37 E 39”.


Corresponde a uma das marcas usadas no período temporal de 1886 a 1900, o que se confirma pela data do próprio calendário do prato.


O blogue (3) já apresentou um prato igual, mas monocromático verde, cujas imagens apresentamos com a devida autorização do seu autor, enquanto o que exibimos é monocromático castanho.


Aqui fica o registo do prato.



Fontes:

1) –

2) - “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;



sexta-feira, 13 de março de 2015

PRATO EM CANTÃO POPULAR, DE SÃO ROQUE – AVEIRO – COM MARCA

Apresentamos hoje um prato raso moldado, de formato circular, de aba pouco elevada, com decoração monocromática azul, motivo “Cantão Popular”, com marca de fabrico – São Roque – Aveiro.


Possui carimbo monocromático castanho de formado e configuração não habitual, para identificar a fábrica em causa.


A maioria das peças estão marcadas com carimbo circular, dentro dele algo que se assemelha a um “8”, como alguns dizem, mas mais não é de que a cabaça alusiva a São Roque. Razão pela qual também existem alguns carimbos também com um bastão.


Existem peças semelhantes da mesma fábrica, com decoração idêntica, mas com o carimbo habitual desta fábrica.


Trata-se, por tal motivo uma peça interessante, por ser pouco vulgar a aposição deste carimbo.


Como sabemos a Fábrica de Faianças S. Roque, em Aveiro, que foi criada em 1955 pelo ceramista João “Lavado” (João Marques de Oliveira) (1905-?), então sócio da Fábrica de Louças e Azulejos de S. Roque, vulgarmente conhecida por Fábrica de S. Roque, esta fundada nos finais da década dos 20, por Manuel da Silva e Justino Pereira Campos, localizada no canal de São Roque.

A fábrica, Faianças S. Roque, apresentou as suas últimas contas a 27 de Dezembro de 2001, tendo o seu encerramento e dissolução sido registado em Outubro de 2002 e publicado em Diário da República, no mês de Dezembro do mesmo ano.

Esta fábrica, Faianças S. Roque, dedicou-se exclusivamente à produção de louças decorativas e utilitárias, tendo produzido bastante louça decorada com escorridos. Existem várias peças marcadas que exibem combinações de cores: castanho, amarelo, verde e preto nesses escorridos.


Como não podia deixar de ser, e a exemplo de outras fábricas de Aveiro, também produziu peças com decoração do motivo “Cantão Popular”, com um conjunto de imagens, símbolos e arranjos ao gosto do artista, marcando a diferença para as demais e criando um estilo próprio, não faltando o habitual ondulado na parte interior da aba, a canelura, antes da faixa ou largo filete que delimita o covo da aba.


Por outro lado o habitual largo filete no limite da aba foi substituído por dois filetes, relativamente espaçados, com uma interessante decoração arrendada entre eles, com reservas decoradas com dois elementos, um dos quais parece ser uma viola e o outro um barril deitado (?).


No covo, o motivo da decoração, pese embora com os habituais elementos simbólicos, os mesmos são bastante diferentes dos correntemente utilizados à época ou em épocas anteriores, encontrando-se muito ocidentalizados e com a representação das nuvens, do horizonte e da água de modo, mais simples e estilizada.

As edificações representadas também possuem uma imagem mais ocidentalizada do que as que habitualmente decoram este motivo.


Em suma mais uma versão de “Cantão Popular”, esta das Faianças de São Roque.

Crê-se que se trata de um fabrico por volta da década de 50 do século passado - mas sem certezas.

FONTES:


quinta-feira, 5 de março de 2015

A Faiança Portuguesa – Conservação, Estudo e Divulgação.


Há algum tempo atrás numa das feiras de velharias realizadas na Marginal, entre Lisboa e Cascais, passava algum tempo conversando com pessoa amiga e conhecedor destas “andanças” das faianças, trocando opiniões quanto à sua conservação, estudo e divulgação.

Esse meu amigo, dizia que “não valia a pena perder tempo” com faianças de menor importância, de fabricação reduzida ou mesmo de “imitação”; estamos a falar de reproduções livres em faianças decorativas baseadas em peças de reconhecido valor de séculos anteriores.

Reforçava que fabricos reduzidos, com simples implantação a nível regional, não tinham interesse, e que em contrapartida nós, os apreciadores e coleccionadores, nos deveríamos debruçar e despender o nosso tempo, conhecimento e dedicação às faianças mais importantes e aos fabricos nacionais mais reconhecidos.

A minha visão é diferente, mais ampla e abrangente, pois para se ter uma visão adequada do património das artes decorativas, e especificamente, das faianças, há que conhecer, dentro do possível, os fabricos e produções havidas em Portugal, não descorando os do século XIX e XX, inventaria-los e divulga-los, de modo a não ser perderem, irremediavelmente.

Considero que um coleccionador pode obviamente optar por uma fábrica, um fabrico, um motivo, um tema, etc. e não terá que ser abrangente, mas se possível for, o contribuir para a divulgação do património produzido a nível de faianças, especialmente no século passado é “um dever”.

Só o registo e divulgação poderão manter vivo alguns fabricos, pois caso contrário, de forma efémera, as frágeis peças produzidas serão consumidas pelo uso, pelo tempo, em suma, pela evolução da sociedade.

Considero que uma atitude abrangente, para além de se possuir e divulgar peças de referencia de fabricos de qualidade e de valor indiscutíveis, que qualquer coleccionador gostaria de ter; também as peças modestas, de menor valor ou importância, sem qualquer estatuto ou consagradas deverão ser conservadas, coleccionadas, conhecidas, inventarias e divulgadas, de modo que a sua produção e existência fiquem registadas para a posteridade.

É imprescindível, com a devida atenção e sem pretensiosismos dar valor às faianças não consagradas, de menor valor ou divulgação; dar a conhecer as mesmas a todos, pois são, sempre, peças com valor, produzidas com afecto, em condições e em situações específicas e que no conjunto transmitem o valor humano temporal.

A força do seu fabrico, os afectos e as imagens que transmitem, as visões que nos criam, os sentimentos que desenvolvemos por elas devem dar-nos a força necessária, para as conhecer, conservar, coleccionar, inventariar e divulga-las, de modo que a sua existência seja projectada para a eternidade.   

Mesmo que possam ser peças que transmitam um fabrico inábil, menos profissional, eventualmente com motivos decorativos ou figurados menos adequados, ou mesmo de inferior qualidade técnica, há que compreendê-las, contextualiza-las e mantê-las vivas.

Geralmente as peças em faiança de uso utilitário comum, doméstico, possuem menor exigência a nível do seu fabrico, com menor qualidade, e consequentemente mais efémeras, mas são tão ou mais importantes que as de qualidade superior, pois trazem consigo ou evidenciam realidades precárias ocorridas, vivências e modos de estar muito diferentes dos actuais, por tudo isto é de superior valor e importância o saber conservá-las, estudá-las e dar a conhecer as mesmas, de forma sensata e com rigor.

Consideramos de elevada importância a conservação, o estudo e a divulgação de peças em faiança representativas das várias épocas, em especial do século XX, dos estilos decorativos, dos centros de produção, das fábricas, dos autores e oleiros ou decoradores, pois no seu conjunto constituem um lugar de encontro da história da Faiança em Portugal e consequentemente um pouco da história de Portugal.


Assim pensamos e assim tentamos proceder!

Conservando, estudando e divulgando a Faiança “menor” do Século XX.


Nota:
As imagens de Faiança que se exibem nesta postagem foram retiradas de vários sítios de venda e de leilões, de modo a ilustrar um pouco o que se disse.

quarta-feira, 4 de março de 2015

PRATINHOS EM FAIANÇA COM DECORAÇÃO FLORAIS E “RENDAS”, COM MARCA, MAS DE FABRICO DESCONHECIDO “AVL”- DE COIMBRA.

Algo que nos intrigava há já algum tempo era a existência de pratinhos em Faiança, decorados com motivos vegetalistas, com “rendas”, interessantes, com marcas do seu fabrico, mas o qual se desconhecia.




A fonte (1) há já bastante tempo que vem exibindo os pratinhos, que a seguir se apresenta, policromados, com decoração floral simples, desenvolvida em círculos concêntricos, desde a aba e em todo o covo, possuindo no limite da aba uma cercadura, constituída por um ou vários filetes, completados com pequenos semicírculos ou simples borrões, geralmente azuis.

Trata-se de uma faiança com ornamentação na cor azul-cobalto, ou roxo-manganês e por vezes com apontamentos noutras cores sob o esmalte branco, leitoso, com decoração vegetalista, à base de flores, de folhagem de árvores ou arbustos.


A grande incógnita é a sua marca, um “logo” constituído por um “A”, sob o mesmo um “V” e no losango formado pelos mesmos, um “L”…. Que fabrico seria?

 
A marca que exibem, desenhada manualmente, apresenta a cor a manganês ou vinoso, sobre um vidrado escorrido, leitoso, em que a pasta apresenta uma cor amarelada, cor de grão,  evidenciando uma qualidade inferior, com menor quantidade de caulino.

Dado que a marca nunca foi identificada até ao momento, também ninguém se atreveu a sugerir um fabrico, … do Norte, de Coimbra, de Alcobaça, de…?, mas na verdade, pela sua apresentação levasse a sugerir que fosse fabrico de Coimbra – mas sem certezas.

Os meus pratos:




Pela decoração da aba, desenho miúdo abstracto com motivos florais, intercalados com “rendas” – a imaginaria transposição para a cerâmica da arte da renda de bilros e os seus motivos – animais e aves intercaladas entre ramos e flores; e pela cor azul forte – pigmentos bastante densos - cobalto, poder-se-á considerar que há alguma semelhança com a faiança de Coimbra, dita de “Brioso”.


Provavelmente seguidores mais recentes daqueles do século XVIII, talvez de meados do Século XX.

Notam-se as marcas das trempes na aba, bem assim como no tardoz, para além de algumas imperfeições da pasta e “borrões” da pintura usada na decoração. O vidrado é imperfeito, escorrido, baço, com pouco brilho e nota-se a cor de grão da pasta.




Foi através de aturada pesquisa e mais especificamente pela fonte (10), que se fez luz!

Trata-se de uma reprodução de faiança produzida numa fábrica de louça decorativa em Condeixa, de Coimbra.

São, na verdade de peças interessantes, mesmo sendo reproduções livres e ao gosto do artista de outras peças mais antigas, mas em que o imaginário, a dedicação e o empenho desses “artistas” da cerâmica decorativa, está patente na qualidade das mesmas.

No presente caso, reproduzem-se o que costuma ser designado como pratos “de rendas”, sendo já raras e preciosas peças salvas da destruição das frágeis peças de louça decorativa, produzidas – em meados do Sec. XX – na fábrica que foi fundada em Condeixa, por Armando Vaz Lameiro, e daí a marca “AVL” – as iniciais do seu nome.














Cremos que inicialmente as peças eram “assinadas” somente com “A.V.L.”, “COIMBRA” e as iniciais do pintor, por exemplo, J.G., como o prato que está exibido na fonte (10) e pertença da colecção do Dr. José Machado Lopes.


Pela análise detalhada comparativa efectuada entre o tardoz deste prato e os que apresentamos, verificamos que o frete e as moldagens são muito semelhantes, o que nos leva a concluir que se trata de produção da referida fábrica.

Os pratinhos apresentados na fonte (1) crêem-se ser de produção mais recente que a dos nossos pratinhos, eventualmente das décadas de 60 ou 70 do século passado, em função do motivo e da própria decoração.

Em suma, trata-se de mais uma produção de faiança decorativa inspirada em peças existentes em museus, tal como o Museu Machado de Castro, com decorações ditas “de Briosos” do século XVIII, como a Fábrica Viúva Alfredo de Oliveira VAO Coimbra, a qual iniciou a sua produção no início da década de 30 do século passado a qual se prolongou, pese embora com variações e alterações de decoração, até início da década de 70, assim cremos.

Fontes:


2) – “Faiança Portuguesa Séculos XVIII-XIX”, Colecção Pereira de Sampaio, Editores ACD, 2008.

3) – “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença, 3ª Edição, Lisboa, 1987.

4) – “Faiança Portuguesa – Seculos XVIII-XIX”, de Arthur de Sandão, Livraria Civilização, 2º Volume, Barcelos, 1985

5) – “Cerâmica de Coimbra: do século XVI – XX”, de Alexandre Nobre Pais, João Coroado, António Pacheco, Edições Inapa, 2007.


7) – “Louça Tradicional de Coimbra – 1869- 1965, de António Pessoa, Ipt – Instituto Politécnico de Tomar.