domingo, 13 de dezembro de 2015

PEQUENO PRATO DA OAL – OLARIA DE ALCOBAÇA LIMITADA – MOTIVO RECORRENTE (SALOIA), VARIANTE




As pequenas peças de faiança são mais graciosas, interessantes e cativam-nos mais.
 

(Prato em Faiança de fabrico OAL - motivo "Saloio" - ?)

Por tal motivo e quando surge alguma, com motivo aprazível ou de fabrico reconhecido, não resistimos à sua aquisição e posterior colecção.


(Pequeno prato com decoração policromática, motivo regional "Saloio" - Fonte 2)
Mais uma pequena aquisição dessas: um pequeno prato em faiança, da OAL – Olaria de Alcobaça Limitada, policromático, com decoração rural, interessante, motivo recorrente, de outro já apresentado, (fonte 2), mas com uma variante temática.
 

(Pormenor da decoração policromática - tema "Saloio/a" ?)

Uma camponesa de blusa vermelha, saia azul, avental amarelo e lenço azul na cabeça, com cesto de cor azul, no braço, seguindo à frente do burro, com albarda grená e cilhas amarelas, olhando tristemente para nós, provavelmente, caminhando vagarosamente a caminho de casa, vendo-se a paisagem ao fundo, onde são evidentes as silhuetas de dois montes.
 

(Pormenor dos dois filetes de bordadura da aba da peça)

Para enaltecer o prato, dois filetes de bordadura, o exterior, acastanhado e o interior, na cor amarelada.

Atendendo à natureza de pasta utilizada, ao motivo da decoração e ao tipo de pintura realizada, bem como ao vidrado leva-nos a considerar que será uma peça fabricada na segunda metade dos anos quarenta ou primeiros anos da década de cinquenta, do século passado.
 

(A beleza da peça e a sua exibição em termos cromáticos)
Trata-se de uma decoração, em termos de pintura, de duas naturezas: uma pintura a chapa recortada ou “stencil”, com decoração de todos os elementos a preto e uma decoração manual, a pincel, nas cores amarelo, azul e vermelho, que se limitou a preencher as partes criadas pela chapa recortada, para além do enquadramento do solo e da paisagem, ao gosto do artista.
 

(O tardoz do pratinho e o carimbo inequívoco da OAL)

No tardoz do prato o carimbo, monocromático, na cor castanha, com a Indicação de *Olaria Alcobaça *Alcobaça* e no círculo interior, o logotipo OAL.
 

(O Carimbo da Fábrica OAL)

Trata-se de uma peça utilitária com uma decoração ao gosto popular, bastante utilizado à época da sua fabricação, usada com frequência no fabrico da OAL.

Era o aproveitamento de motivos rurais, definidores de uma época (meados do século XX), com a utilização de cores do gosto popular e decoração simples, mas cativante.

Muitas destas peças, pese embora de textura frágil chegaram até ao presente, pois devido à sua decoração deixaram de ser peças utilitárias, de uso doméstico e comum, passando a ser peças de decoração, geralmente expostas junto às costas dos louceiros para lhes dar uma animação decorativa e cromática.

Fontes:

1) – “Cerâmica em Alcobaça – 1875 até ao presente: CeRamiCa PLUS” – Galeria de Exposições Temporárias – Mosteiro de Alcobaça; 6 de Abril a 4 de Maio 2011; Município de Alcobaça, 2011.


3) – “ Cem anos de Louça em Alcobaça”, de Jorge Pereira de Sampaio e Luís Peres Pereira, 2008;

4) – “Faiança de Alcobaça, de 1875 a 1950”, de Jorge Pereira de Sampaio, Estar Editora, Coleção Fundamental, 1997 (?);


5) - – “A Loiça de Alcobaça”, de João da Bernarda, Edições ASA, 1ª Edição, Porto - Outubro de 2001.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Travessa Oval de esponjados, com os Bombos da Festa – Fabrico de Aveiro (?)


(Travessa oval de esponjados e carimbos, de Aveiro (?)) 
As peças em faiança decoradas a esponjados são sempre um motivo de peculiar interesse, demonstrativos de uma determinada época, e que dado o gosto que houve à mesma, eventualmente pelo seu baixo custo, teve uma significativa utilização.
 

(Decoração complementar, a pincel, ao gosto do decorador)

Atendendo à sua fabricação, simples e sem esmeros de qualidade de produção ou de decoração, as peças que ficaram para a posterioridade não são muitas e as que ficam enfermam de sinais de desgaste, de uso ou de manuseamento, faltando o vidrado por fadiga, possuindo “cabelos” e alguns tais que motivaram a aplicação de “gatos”, de “dentadas” nas bordaduras da peça, enfim de sinais que demonstram a idade das peças.
 

(Pormenor da decoração a pincel - Bombos e Arraial)

Os esponjados são de vários tipos e a sua apresentação configura processos e meios de execução diferentes. Há os esponjados puros e simples, há os “carimbos” que mais não são que esponjados aplicados com “rolhas” de cortiça, que criam decorações circulares.
 

(Pormenor - "Os Bombos da Festa")

Os esponjados foram utilizados por quase todas as fábricas de faianças, desde os meados - finais do século XIX, até meados do século XX, quer como decoração complementar e de integração ou composição em decorações ou motivos característicos, por exemplo “Cantão Popular”, entre muitos outros.
 

(Pormenor dos esponjados - a verde seco e azul e dos "carimbos" a amarelo)

Mas existem peças simples, em que a única decoração são esponjados, esponjados e filetes ou faixas, esponjados e carimbos, etc, e esponjados, carimbos e outros elementos decorativos à época, como é o caso da peça que apresentamos.

São peças simples, ingénuas, de decoração fácil, ao gosto do decorador e aos gostos da época.
 

(Pormenor da banda ou faixa na bordadura da aba da travessa)

Estas peças, de esponjados eram fabricadas nas várias fábricas de Aveiro, no Norte, e segundo consta na Fábrica da Corticeira (pese embora tenhamos algumas dúvidas, pois cremos que não se produziu tanto como se faz crer e se refere, pese embora na parte final da sua produção tenha, eventualmente, adaptado tal estilo, ao gosto da decoração das faianças da época, para conseguir ter concorrência entre as demais e sobreviver financeiramente, numa época que já agonizava), para além de outras.
 

(Conjunto de Pormenores identificativos e característicos da peça)
Este tipo de peças, eventualmente fabricadas com predominância nas fábricas de Aveiro, em meados do século passado, com a decoração de esponjados, escorridos e circulares – a “aplicação da rolha”, policromados (azuis, amarelos-ocre, avermelhados ou cor de rosas); esponjados esverdeados e com remates em triângulos, ou “bicos”, na cor azul, junto à bordadura, ou com faixas de remate, ou filetes largos – no presente caso uma faixa larga cor-de-rosa velho.

Trata-se de uma decoração simples e rápida de efetuar, com a execução manual ao gosto de decorador da aplicação dos esponjados, com uma esponja provavelmente do mar e dos “círculos”, com uma rolha, para além de outras decorações, ao pincel, como é a do presente caso com uma soberba decoração de um tema recorrente das Festas do Norte, os Bombos da Festa e a Decoração do Arraial, de forma tão simples e deveras ilustrativa exemplificada na presente peça.
 

(O tardoz do travessa e o pormenor da "aranha" rústica aplicada à mesma para pendurar)

A rapidez e o “descuido” colocado na decoração destas peças “baratas” e de uso utilitário comum e frequente, justificava que habitualmente no tardoz ou base das mesmas, aparecessem borrões coloridos, correspondendo a alguns dos dedos do decorador, sujos de tinta da decoração efectuada, ou outras situações de evidente descuido no seu fabrico, o que não se passa na presente peça, pois, devido à sua decoração, soberba, a travessa oval, deixou de ser uma peça de uso utilitário, para ser uma peça decorativa de pendurar – o que é evidente e demostrativo através da “aranha” artesanal que a mesma tinha, que preservamos e exibimos.

Esta peça, muito pouco corrente, para não dizer rara, possui uma interessante decoração alusiva às Festas e Romarias do Norte, em duas situações emblemáticas das mesmas, as suas decorações, 0s “Arcos das Festas” e a animação cultural ao gosto popular “Os Bombos”.  


(Travessa de Esponjados, Carimbos e decoração a pincel, de Coimbra (?))


Aqui fica o registo de mais uma interessante peça de faiança, provavelmente de uma das fábricas de Aveiro, com uma decoração esponjada falante.

Fontes:

- As recorrentes habituais; sem nenhuma em específico;

- Os conhecimentos pessoais, ao correr do tec

Mais um Prato da Fábrica de Louças de Sacavém, com decoração vegetalista


(Prato da FLS - motivo vegetalista desconhecido) 
A Fábrica de Louças de Sacavém foi uma fonte quase inesgotável de motivos e decorações aplicadas nas faianças de efectuou, ao longo dos muitos anos da sua produção, com especial ênfase para o seu período mais longo, o Gilman & Ctª, correspondente ao período temporal de 1921-1970.
 

(Pormenor do motivo vegetalista)
Para além das decorações mais conhecidas, que correspondem a padrões mais ou menos anglófonos, ou a interpretações livres dos mesmos, houve muita outra decoração, alguma relativamente escassa, em especial as decorações vegetalistas que são importantes e que se devem memorizar, pois não lhe dão o valor merecido, como ao “Cavalinho”, ao “Cartão”, ao “Reino”, ao “Rio”, ao “Beira”, entre outros mais e vão-se perdendo irremediavelmente, devido também à sua escassa produção.
 

(Pormenor de motivo vegetalista e do filete de bordadura da aba)
Exemplo disso é o prato raso que apresentamos com uma interessante triplica decoração policromática, em tons de grená, estampada na aba, que se prolonga um pouco até ao covo, com decoração vegetalista, arranjos florais. Possui um filete igualmente grená de bordadura na aba.
 

(Pormenor do tardoz do prato)
Trata-se de um prato com um carimbo, na cor verde, que reporta ao período de Gilman & Ctª, correspondente ao período temporal de 1921-1970.
 

(Pormenor do Carimbo da FLS identificativo do período e de caracteres alfanuméricos)
Por outro lado, possui também uma referencia alfanumérica na pasta “ 52 – 345(?) -..ACAVE.. (?), associadas ao período temporal de fabrico e à peça em si, cujo motivo especifico desconhecemos.
 

(Marca da FLS correspondente ao período de 1921-1970)
Para conhecimento de todos aqui fica a postagem, continuamos a tentar desvendar o nome deste motivo.


FONTES:

1) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

2) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

3) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

4) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

5) –“Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, com Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença – 3ª Edição – 1987;





MAIS UM PRATO DA CERÂMICA OAL - ALCOBAÇA

Apresentamos mais uma peça em Faiança, peça utilitária, de uso doméstico, da OAL – Olaria (de) Alcobaça, Limitada, com decoração vegetalista sóbria, policroma; motivo repetido três vezes na aba do prato, entre os dois filetes na cor verde seco que o delimita.


(Prato em Faiança da OAL)

A decoração policroma com três arranjos vegetalistas iguais, aparentando margaridas ou camomilas, com pétalas vermelhas escuras, bolbo, ramos e folhas na cor verde seco, é corrente à época, e quase que se poderia confundir com algum tipo de faiança da Fábrica de Loiça de Sacavém.
 

(Prato em Faiança da OAL - pormenor da decoração vegetalista)

No tardoz do prato, é exibida a marca, em tons de verde seco, inequívoca da OAL – o logotipo da Olaria de Alcobaça, Limitada; inserida numa coroa circular, igualmente verde, com as indicações: OLARIA ALCOBAÇA – ALCOBAÇA.
 
(Prato em Faiança da OAL - pormenor do tardoz)
Como sabemos esta fábrica laborou entre 1927 e 1984, tendo-se como dado adquirido que este tipo de faiança deva ter sido produzido nas décadas de 60 e 70, já na parte final da laboração da fábrica.
 
(Prato em Faiança da OAL - pormenor do carimbo)
Tratava-se de uma faiança simples, para uso doméstico comum, de baixo valor comercial, concorrencial com as demais faianças existentes à época e de implantação regional, na periferia de Alcobaça.
 
(Prato em Faiança da OAL - pormenor do carimbo)
Consideramos que é importante divulgar e catalogar as peças de faianças fabricadas na região de Alcobaça, na época referida, pois constituem e definem uma diferenciação da tradicional louça azul de Alcobaça.


(Prato em Faiança da OAL - motivo vegetalista policromático)


Fontes:

1) - “Cerâmica em Alcobaça – 1875 até ao presente: CeRamiCa PLUS” – Galeria de Exposições Temporárias – Mosteiro de Alcobaça; 6 de Abril a 4 de Maio 2011; Município de Alcobaça, 2011.


3) – “ Cem anos de Louça em Alcobaça”, de Jorge Pereira de Sampaio e Luís Peres Pereira, 2008;

4) – “Faiança de Alcobaça, de 1875 a 1950”, de Jorge Pereira de Sampaio, Estar Editora, Coleção Fundamental, 1997 (?);

5) - – “A Loiça de Alcobaça”, de João da Bernarda, Edições ASA, 1ª Edição, Porto - Outubro de 2001.

6) – “A Faiança de Raul da Bernarda & F.os, Lda. – Fundada em 1875 – ALCOBAÇA”, de Jorge Pereira de Sampaio, Edição Particular da Fábrica Raul da Bernarda & F.os, Lda., Alcobaça, Outubro, 2000.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Prato Raso das Faianças de São Roque – Aveiro


Apresentamos mais um prato raso em Faiança, com decoração vegetalista simples, repetitiva, policromática, entre dois filetes, na aba do prato, e junto à sua bordadura da Fábricas das Faianças de São Roque, de Aveiro.
 

(Prato da Fábrica de Faiança de São Roque - Aveiro)
A fábrica Faianças de S. Roque foi fundada em 1955 pelo ceramista João “Lavado” – João Marques de Oliveira, então já sócio da Fábrica de Louças e Azulejos de S. Roque, e dedicou-se exclusivamente à produção de louças decorativas e utilitárias, e foi, a continuidade da anterior.

Em 1971 realizou-se em Aveiro uma exposição de cerâmica comemorativa do XV Aniversário das “Faianças S. Roque”, o que veio atestar a data da sua fundação e a importância que a mesma teve à época e no meio das Artes Decorativas – Faianças.

A louça produzida nesta fábrica foi diversificada, conforme foi caracterizada no blogue velhariastralhasetraquitanas.blogspot.pt, na postagem na postagem “Prato das Faianças de S. Roque – Aveiro”.
 

(Prato das Faiança de São Roque - Aveiro . Pormenor da decoração vegetalista)
Entre os diversos tipos ou linhas de peças produzidas nesta fábrica há a considerar uma linha com decoração e composições florais simples aplicada dos covos ou nas abas dos pratos, travessas e saladeiras, policromáticas e com filetes delimitadores da aba. É nessa linha que se insere o preto qua apresentamos.



(Prato das Faiança de São Roque - Aveiro . Pormenor do tardoz)
A marca característica desta fábrica são os carimbos de forma circular, tendo no centro a representação da cabaça com ou sem o bastão, insígnias de S. Roque e na coroa exterior tem inscrito "Faianças de S. Roque, Lda - Aveiro". 
 

(Prato das Faiança de São Roque - Aveiro . Pormenor do Carimbo)

A marca circular, na cor verde, identifica de forma inequívoca o respectivo fabrico – Faianças de S. Roque.
 

(Prato da Fábrica de Faiança de São Roque - Aveiro)
Em suma, trata-se de um prato utilitário, de uso comum, dos meados do século passado, décadas de 40 ou 50; peça de referência, de faiança corrente, económica e de uso corrente nas famílias pobres dos meios urbanos da região entre Coimbra e o Norte, mas com maior incidência na de Aveiro.


Fontes:












Prato da Fabrica de Louça de Sacavém – motivo “LEQUES”


(Prato da FLS - Motivo LEQUES)

A faiança da Fábrica de Louça de Sacavém não nos deixa de surpreender continuamente, pois cada dia aparece mais uma peça, com um motivo desconhecido e com uma aparência, que caso não fossem as marcas não se desvendava facilmente a sua origem.


(Pormenor da decoração principal - Motivo LEQUES)

Tudo isto a propósito do prato raso que apresentamos: pela aparência, textura, cor e motivo nos levava a encaminhar para um fabrico da Fábrica de Louça de Alcântara, da faiança dita “à Ingleza”.


(Prato da FLS - Motivo LEQUES - tardoz )

Quando na realidade se trata de uma peça da Fábrica de Louça de Sacavém, do período de 1865-1870, devido ao carimbo na cor sépia, correspondente a esse período (da Real Fábrica), para além da gravação na massa da marca correspondente ao período de 1880-1885, e ainda um símbolo marcado também na massa – uma estrela.


(Prato da FLS - Motivo LEQUES - tardoz- Carimbo e Marcas )


(Prato da FLS - Motivo LEQUES - tardoz- Carimbo da Real Fábrica 1865-1870 )

(Prato da FLS - Motivo LEQUES - tardoz- marcas do período de 1880-1885 (?) )

Pela decoração que apresenta, cuja composição maior, que preenche a ba e parte do covo, com canas de leitos de água são exibidos dois leques, um com folhas de nenúfar e outro com um ganso, na água com exuberante vegetação aquática a tardoz do mesmo.


(Prato da FLS - Motivo LEQUES - pormenor) 

A decoração deste prato completa-se com mais duas composições mais pequenas, uma com trancas laçados e um elemento floral e outro com trancas pregados e também com um elemento floral entre as trancas.


(Prato da FLS - Motivo LEQUES - pormenor  de decoração secundária) 


(Prato da FLS - Motivo LEQUES - pormenor  de decoração secundária)
Foi a fonte (2), que em primeira mão me permitiu desvendar este motivo, através de uma travessa rectangular oitavada que apresentou, na qual o motivo estava identificado abaixo da marca “LEQUES”.


(Travessa da FLS - Motivo LEQUES - peça que permitiu identificar o motivo da nossa - Fonte 6)

Trata-se na verdade um motivo pouco usual, muito antigo, e provavelmente para rivalizar com o motivo de igual nome que era produzido pela Fábrica de Louça de Alcântara.


(Prato da FLS - Motivo LEQUES) 


Fontes:

1) – “Fábrica de Louça de Sacavém – Contribuição para o estudo da indústria cerâmica em Portugal 1856-1974” de Ana Paula Assunção, Coleção História da Arte – Edições INAPA – 1997;

2) – “150 Anos – 150 Peças – Fábrica de Loiça de Sacavém” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Março de 2006;

3) – “Porta aberta às memórias” – Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2008;

4) - “Porta aberta às memórias” – 2ª edição, Museu de Cerâmica de Sacavém – Câmara Municipal de Loures – Setembro de 2009;

PRATO EM FAIANÇA, MOTIVO “CAVALINHO” - VERSÃO POPULAR – DE AVEIRO (?)


Prato Motivo Cavalinho, ao gosto popular - Aveiro (?)
Interessante prato em faiança, de fabrico desconhecido, monocromático, azul, com decoração central no covo com o motivo, vulgarmente designado por “Cavalinho”, com decoração pincelada, em bicos, na bordadura da aba, em azul, e com filete separativo da aba para o covo, igualmente na cor azul.


Pormenor da decoração no covo do prato - a chapa e esponjado


A decoração central do covo do prato é estampilhada, com recurso a “chapa” ou a “stencil” recortado, nos elementos decorativos: coluna, cavalo, cavaleiro, torre (castelo) e o ornato floral sob o cavalo e cavaleiro. A folhagem da árvore e o enquadramento do solo são motivos esponjados.  

Pormenor da decoração no covo do prato - a chapa e esponjado

Trata-se uma versão popular do motivo “Estátua”, ou seja o popular “Cavalinho” com recuso a dois métodos diferentes de pintura: estampagem, e esponjado.
Pormenor da decoração da bordadura da aba com bicos
Trata-se de uma popular imitação do motivo original, ao gosto do decorador (pintor) do mais vulgar motivo da Fábrica de Louça de Sacavém, bem assim como de outras fábricas nacionais.

Refira-se que o motivo “Estátua”, para além do da Fábrica de Louça de Sacavém também foi fabricado em muitas outras fábricas, sendo perfeitamente conhecidas e identificadas, pelos carimbos ou marcas: Fábrica de louça de Alcântara, em Lisboa; Fábrica de Massarelos, Fábrica das Devessas, Fábrica da Corticeira do Porto, no Porto/Gaia; Fábrica de José dos Reis (dos Santos), em Alcobaça; Fábrica das Faianças de S. Roque – Aveiro; Fábrica das Faianças Capôa – Aveiro, Fábrica da Fonte Nova – Aveiro, em Aveiro e outras mais, não identificadas, como é a do presente caso.


Pormenor do tardoz do prato
A peça que apresentamos não possui qualquer carimbo que possa identificar, origem, fabrico ou época de produção; contudo admitimos que seja fabrico da zona de Aveiro ou de Coimbra.


Pormenor do frete no tardoz do prato
Presumimos tratar-se de peça do período de fabrico das primeiras décadas do século passado: dos anos de 30, 40 ou mesmo 50.


Pormenor das marcas das trempes no tardoz do prato
Pelo tipo da pasta (avermelhada), do pequeno círculo central do frete, dos habituais três pontos triangularmente definidos, correspondentes aos apoios das trempes para cozedura do vidrado e das demais características morfológicas do verso do prato, apontamos para que seja, mais provavelmente de fabrico de Aveiro, será?


Prato com o Motivo Estátua ou Cavalinho, ao gosto popular
A inventariação da peça aqui fica.


Fontes:

1) – “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”, de José Queirós, Organização, Apresentação, Notas e Adenda Iconográfica de José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto, Editorial Presença, 3ª Edição, Lisboa, 1987.

2) – “Faiança Portuguesa – Seculos XVIII-XIX”, de Arthur de Sandão, Livraria Civilização, 2º Volume, Barcelos, 1985.